O que a fábrica de Ribas mudou: Suzano dispara lucro e desafia mercado global de celulose
O balanço do 2T25 mostra que a aposta da Suzano em Ribas do Rio Pardo não só se pagou como já transformou a curva de crescimento da companhia.

A Suzano, maior produtora de celulose do mundo, acaba de divulgar o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25) com números que chamam atenção: R$ 5 bilhões de lucro líquido em apenas três meses. Mas o que realmente desperta curiosidade é o papel da fábrica de Ribas do Rio Pardo (MS), inaugurada há pouco mais de um ano e já responsável por uma verdadeira virada na performance da companhia.
O impacto de Ribas do Rio Pardo
Localizada no coração do Mato Grosso do Sul, a unidade começou a operar em julho de 2024 e rapidamente se tornou um dos pilares do crescimento da Suzano. Entre abril e junho de 2025, a companhia vendeu 3,7 milhões de toneladas de celulose e papéis, alta de 28% em relação ao mesmo período de 2024. Parte desse salto se deve justamente à produção de Ribas, considerada hoje uma das mais competitivas do mundo em custos.
O resultado impressiona: a fábrica já contribui para reduzir o custo caixa de produção de celulose, que fechou o trimestre em R$ 832 por tonelada, com tendência de queda ainda maior no segundo semestre.
Lucro recorde e receita bilionária
Mesmo em um cenário de queda nos preços internacionais da celulose, a Suzano registrou receita líquida de R$ 13,3 bilhões, crescimento de 16% frente ao 2T24. O EBITDA ajustado chegou a R$ 6,1 bilhões, e a geração de caixa operacional, a R$ 4,1 bilhões.
Na última linha, os ganhos em moeda estrangeira com operações de hedge e a variação cambial da dívida deram impulso adicional, levando ao lucro de R$ 5 bilhões.
O próximo capítulo
Se em apenas um ano a fábrica de Ribas já mexeu com o balanço da companhia, a grande pergunta é: até onde essa unidade pode levar a Suzano? Além de consolidar o Brasil como líder global na produção de celulose, o desempenho abre caminho para novas parcerias — como a joint venture anunciada com a Kimberly-Clark — e para movimentos de expansão ainda mais ousados no mercado internacional.