Após fim de impasse com acionistas, Eldorado Brasil registra salto de lucro e vislumbra nova fase
Eldorado lucra R$ 751 milhões e inicia ciclo de estabilidade após disputa societária

No segundo trimestre de 2025, a Eldorado Brasil Celulose registrou um lucro líquido de R$ 751 milhões, avanço de 64% em relação ao trimestre anterior. O resultado marca a primeira divulgação após o fim da disputa judicial que envolvia o controle da companhia.
A J&F Investimentos, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, assumiu integralmente a Eldorado ao comprar a fatia de 49,41% que pertencia à Paper Excellence. O acordo, fechado de forma amigável, encerrou processos judiciais e arbitrais que se arrastavam desde 2018 e consolidou a empresa sob comando único.
Para viabilizar a transação, a J&F estruturou uma emissão de até R$ 13 bilhões em notas comerciais, assegurando os recursos necessários sem comprometer a governança.
Apesar da redução de 10% na receita líquida, que caiu para R$ 1,45 bilhão em razão da menor venda de celulose (-5% em volume) e da desvalorização do dólar frente ao real (-3%), a companhia manteve margens elevadas. O Ebitda ajustado somou R$ 811 milhões, com margem de 56%, evidenciando ganhos de eficiência operacional.
O desafio agora está no endividamento. A dívida líquida da Eldorado chegou a R$ 14,9 bilhões, reflexo direto da compra da participação da Paper Excellence. Ainda assim, a empresa entra em uma nova etapa: livre de impasses societários, pode concentrar esforços na redução do passivo e no planejamento de novos investimentos para fortalecer sua posição no mercado global de celulose.