Tarifa de 50 % sobre carne favorece JBS e Marfrig, e minimiza impacto na Minerva
Tarifa de 50 % favorece JBS e Marfrig enquanto preserva Minerva em meio à estratégia global

A imposição de uma tarifa de 50% sobre a carne bovina brasileira pelos Estados Unidos, em vigor desde 7 de agosto de 2025, gerou efeitos distintos entre os principais frigoríficos do país. Segundo a InvestNews, enquanto JBS e Marfrig praticamente não sentem o impacto, a Minerva também encontra formas de minimizar os efeitos por meio de sua diversificação geográfica.
JBS e Marfrig: blindadas pela presença nos EUA
A JBS e a Marfrig possuem forte atuação dentro dos Estados Unidos, o que reduz drasticamente a dependência das exportações brasileiras para o mercado americano. A JBS obtém cerca de 70% de seu faturamento com carne a partir de operações na Austrália e nos próprios EUA, e apenas entre 1% e 3% de sua receita vem da exportação do Brasil para o mercado norte-americano.
No caso da Marfrig, a exposição é ainda menor: apenas 0,18% de suas vendas totais correspondem a embarques do Brasil para os EUA. Grande parte de sua receita, cerca de 77%, é gerada por operações locais através da National Beef, uma das maiores processadoras de carne bovina norte-americanas.
Minerva: diversificação como proteção
A Minerva não possui unidades de abate nos Estados Unidos, mas, segundo a InvestNews, a empresa mantém sua competitividade graças à diversificação das operações. Nos últimos 12 meses, 16% do faturamento veio do mercado americano, mas apenas 30% desse montante foi exportado diretamente do Brasil, o que representa menos de 5% da receita total.
Além disso, a companhia conta com 15 das suas 38 plantas localizadas em países vizinhos, como Argentina, Uruguai e Paraguai, responsáveis por 40% da capacidade de abate, o que permite contornar barreiras tarifárias como a recém-implementada pelos EUA.
Impacto desigual e estratégias futuras
A análise do cenário demonstra que a nova tarifa tem um impacto desigual entre as empresas. JBS e Marfrig saem praticamente ilesas e até podem se beneficiar do protecionismo por já atuarem fortemente no mercado americano, enquanto a Minerva, mesmo sem operações nos EUA, mantém resiliência graças à produção distribuída por diferentes países da América do Sul.
De acordo com a InvestNews, a diversificação geográfica das operações tem sido um fator decisivo para reduzir riscos e manter a competitividade em um ambiente global cada vez mais sujeito a medidas protecionistas.