Campanha “Fora Leish” completa um ano com mais de 32 mil cães protegidos contra a leishmaniose em Araçatuba
A campanha “Fora Leish”, lançada pela Prefeitura de Araçatuba para combater a leishmaniose visceral, completa um ano com mais de 32 mil cães protegidos por coleiras repelentes, redução de casos humanos nas áreas atendidas e reconhecimento do Ministério da Saúde pela efetividade da ação.

A campanha “Fora Leish”, lançada pela Prefeitura de Araçatuba em 2024, comemora nesta terça-feira (3) os resultados expressivos de seu primeiro ano de atuação. A ação, inédita no município e prevista para durar quatro anos, tem como principal estratégia o encoleiramento de cães com coleiras repelentes que protegem contra a leishmaniose visceral, uma doença grave que pode afetar tanto animais quanto humanos.
Segundo balanço do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), até o momento foram realizados 32.721 encoleiramentos, resultado da soma dos dois primeiros ciclos da campanha. O primeiro, entre junho e novembro de 2024, atingiu 22.638 cães — ultrapassando a meta inicial de 16.900 animais e alcançando uma cobertura de 90% nas áreas atendidas. Já o segundo ciclo, iniciado em dezembro e com término previsto para a primeira quinzena de junho, já soma 10.083 trocas de coleiras, correspondendo a 48% da meta desta etapa.
A diretora do Departamento de Vigilância Sanitária e Epidemiológica, Priscila Cestaro, destacou um dos principais indicadores de sucesso: “Só o fato de não termos nenhum caso de leishmaniose visceral em humanos nas áreas onde houve o encoleiramento já é uma vitória”.
Entre os bairros contemplados com a ação casa a casa estão Umuarama 1 e 2, Turrini, TV, Planalto, São Vicente e Centro, regiões historicamente afetadas por casos da doença. Já os moradores de outros bairros puderam cadastrar seus cães em plantões nas escolas municipais durante o primeiro ciclo e, agora, devem comparecer ao CCZ para a substituição das coleiras.
As coleiras são distribuídas gratuitamente e contêm repelente que impede a picada do mosquito-palha, transmissor da doença. Os cães com mais de três meses são encoleirados e, a cada seis meses, as coleiras são trocadas. Animais com mais de seis meses também passam por coleta de sangue para exames laboratoriais.
A dirigente do CCZ, Rute Mara Floriano Paulino, anunciou que o terceiro ciclo está previsto para começar na segunda quinzena de julho e poderá ter prazo ampliado. “Um consultor do Ministério da Saúde que nos visitou recentemente elogiou muito nossas ações e sinalizou essa possibilidade”, afirmou.
A campanha é fruto de uma articulação entre a Prefeitura, o Ministério da Saúde e o Governo do Estado, com participação ativa da Secretaria Municipal de Saúde, Instituto Pasteur e agentes de combate às endemias. O trabalho em campo tem garantido não só a aplicação das coleiras, mas também o acompanhamento da saúde dos cães.
Guilherme Santos, gerente de campo da Unidade de Vigilância em Zoonoses, celebrou o comprometimento da equipe envolvida. “Parabenizamos todos os profissionais pela dedicação e reforçamos que a colaboração da comunidade é essencial para que os resultados continuem sendo positivos.”
A leishmaniose visceral, transmitida pela picada do mosquito-palha, é uma doença grave e potencialmente fatal se não for tratada. Os principais sintomas em humanos incluem febre prolongada, fraqueza, perda de peso, aumento do fígado e do baço e anemia. Com diagnóstico precoce, é possível alcançar a cura. A prevenção, porém, ainda é a medida mais eficaz — e é justamente esse o foco da campanha “Fora Leish”.