Paraguai e Brasil firmam acordo ´histórico´ sobre usina de Itaipu

Os presidentes do Brasil e Paraguai, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo, firmaram neste sábado um acordo sobre a Usina hidrelétrica de Itaipu, que responde às reivindicações paraguaias.

Em encontro realizado esta manhã na sede do governo paraguaio, em Assunção, foi firmado um acordo "histórico", disse o presidente Lula. "Demos um passo importante", continuou.

De acordo com o novo pacto, o Brasil se compromete a pagar três vezes mais pela energia comprada do país vizinho. Pelo tratado de construção de Itaipu, assinado em 1973, cada país tem direito a 50% da energia produzida pela usina, mas a energia não utilizada era obrigatoriamente vendida ao outro país a um preço fixo.

Atualmente, o Paraguai comercializa 44% de sua parte ao Brasil a valores abaixo do mercado. O país não utiliza todo o seu potencial energético de Itaipu porque dispõe de outras fontes internas, como a usina Yacyretá, administrada conjuntamente com a Argentina.

Embora Lugo tenha dito que não se chegou a um consenso sobre todos os pontos, seu país conseguiu parte de suas principais reivindicações, que foram as principais bandeiras da campanha do paraguaio às eleições presidenciais de 2008.

Outro ponto de grande importância da proposta apresentada pelo governo brasileiro se refere à abertura do mercado brasileiro para a venda direta da energia paraguaia. Hoje, as negociações são mediadas pela Eletrobrás.

O Brasil também irá comprar energia paraguaia de outras centrais elétricas e prometeu analisar projetos concretos de cooperação econômica e social bilateral.

O mandatário brasileiro reiterou ainda que a assinatura de um novo pacto sobre Itaipu demonstra que os dois governos têm total disposição a discutirem todos os temas.

"Estou profundamente agradecido ao presidente Lula por este acordo", afirmou Lugo, por sua vez.

Localizada na fronteira entre Paraguai e Brasil, no rio Paraná, Itaipu é a usina de maior geração energética do mundo. Em 2008, a usina atingiu um novo recorde histórico de produção, com a geração de 94.684.781 megawatts-hora (MWh).

As delegações dos dois países passam, agora, a negociações para viabilizar o acordo. Para isso, foram formados grupos de trabalhos, que terão até 60 dias para entregar uma resolução final. Os dois presidentes voltarão a se reunir em três meses para revisar o tratado.