Gripe suína atinge principalmente crianças em idade escolar, diz OMS

Gripe suína atinge principalmente crianças em idade escolar, diz OMS

O vírus da gripe suína, que já deixou 800 mortos no mundo, atinge principalmente crianças em idade escolar, afirmou nesta sexta-feira a OMS (Organização Mundial de Saúde). Em comunicado, a organização afirma que o vírus, denominado oficialmente A (H1N1), está se espalhando rapidamente pelas escolas, mas já começa a contaminar também pessoas mais velhas.

"É mais fácil para o vírus se espalhar nas escolas", disse Gregory Hartl, porta-voz da organização, ressaltando, porém, que os mais velhos costumam contrair a forma mais severa da doença.

"Continua nossa prioridade determinar quais grupos de pessoas correm risco maior de uma doença séria para que possamos tomar as precauções necessárias para protegê-los", disse a OMS.

Segundo a organização, as mulheres grávidas e os obesos correm maior risco de contrair uma gripe severa. Para as mulheres, a doença pode causar até mesmo aborto espontâneo ou morte.

Hartl destacou ainda que a gripe suína continua se espalhando a grande velocidade. Apenas quatro meses após seu surgimento no México, o vírus está perto de atingir todos os países do mundo.

"Se vocês considerarem que a propagação deste vírus atingiu 160 dos 193 Estados membros da OMS, estamos nos aproximando de 100%, mas (ainda) não chegamos lá", declarou à imprensa Hartl.

"No que se refere aos mortos, acredito que estamos agora perto dos 800", disse. O número anterior era de mais de 700 mortos.

Calculando em várias centenas de milhares o número de pessoas contaminadas, o porta-voz da OMS ressaltou que "mais há casos, mais haverá mortes, sem poder avançar uma taxa de mortalidade". "Não temos os dados para fazer o cálculo", disse, reconhecendo que diversas questões sobre a doença ainda não têm resposta.



O novo vírus A (H1N1) foi detectado pela primeira vez no fim do mês de março no México. A OMS declarou pandemia em 11 de junho passado. O nível de alerta deve-se à rápida transmissão do vírus e não à sua letalidade, que é, em média, de menos de 1%.

Desde então, a doença se expandiu a uma velocidade sem precedente, segundo a OMS, que destacou que em pandemias passadas, foram necessários mais de seis meses para que o vírus se propagasse tanto quanto o vírus H1N1 se propagou em menos de seis semanas.

Por esta velocidade, a OMS desistiu, na semana passada, de contabilizar os casos da doença no mundo. Ela foca agora seus esforços em países que ainda não haviam registrado a doença e em qualquer padrão anormal.

Os especialistas da OMS destacaram que a esmagadora maioria dos pacientes, que em geral se recupera mesmo sem tratamento médico, fica doente por apenas uma semana após o surgimento dos primeiros sintomas.

No entanto, a organização teme uma mutação para uma forma mais perigosa. "Devemos saber que pode haver mudanças e estarmos prontos para isso", disse Hartl. "Por enquanto, não observamos nenhuma mudança no comportamento do vírus. O que observamos, é sua expansão geográfica", acrescentou.

Vacina

As primeiras doses da vacina devem estar disponíveis no início do outono no hemisfério Norte, confirmou, mas a OMS ainda não sabe se será necessário tomar uma ou duas doses para ficar imune à doença.

"Os testes clínicos acabam de começar em alguns países. Saberemos mais algumas semanas após as primeiras injeções porque precisamos ver a reação das pessoas, e de seus anticorpos, para saber se uma injeção é suficiente ou se vamos precisar de duas", explicou Hartl.

A Austrália anunciou nesta semana que realiza os primeiros testes da vacina em humanos e o mercado espera receber as primeiras doses já em setembro ou outubro. Autoridades sanitárias e empresas farmacêuticas estão tentando acelerar a produção da fórmula para evitar uma segunda onda do vírus no inverno no hemisfério norte.

Keiji Fukuda, número 2 da OMS, afirmou em entrevista à Associated Press que as vacinas contra a gripe suína só serão liberadas para uso quando houver garantias de que não representam nenhum risco à saúde.

"Todos os envolvidos no desenvolvimento da vacina, de fabricantes às agências regulatórias, estão analisando formas de tornar o processo mais seguro possível", disse Fukuda. "Uma das coisas que não podem ser comprometidas é a segurança das vacinas."

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