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Em discurso pronunciado durante uma conferência internacional sobre propriedade intelectual, Chan sustentou que em tais circunstâncias é previsível que a maior parte das vacinas produzidas seja destinada aos países ricos.
A diretora-geral reconheceu que isto será um novo exemplo de como a falta de recursos resulta em negar aos mais pobres o acesso aos serviços e produtos de saúde.
Chan revelou que a vacina ideal para a atual pandemia de gripe seria uma que ao mesmo tempo proteja da versão comum da doença e também dos potenciais vírus pandêmicos, o que ainda não aconteceu.
A responsável pela OMS afirmou que as despesas vinculadas à saúde empurram 100 milhões de pessoas para abaixo da linha da pobreza anualmente.
No mesmo discurso, Chan afirmou que a pobreza é um obstáculo para a criação de produtos para tratar de uma série de doenças deixadas de lado porque afetam, justamente, os mais pobres.
Chan perguntou como se pode esperar que a indústria farmacêutica, cujo objetivo é obter lucros, invista na pesquisa sobre doenças que afetam grupos de população sem poder aquisitivo.
"Temos aqui um problema crítico. Os sistemas e regras, tais como os de propriedade intelectual e de proteção de patentes que fazem sentido em muitos setores, geram algumas perguntas quando se aplicam à saúde humana", sustentou a diretora-geral.
Em consequência, ressaltou, "as forças do mercado e os incentivos, como a proteção de patentes, não podem resolver por si próprios as necessidades de saúde dos países em desenvolvimento".
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