Para sair do centro da crise, Sarney decide destravar CPI da Petrobrás

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Acuado por uma avalanche de denúncias, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), decidiu agir para sair do centro da crise política. Com o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Sarney cedeu à pressão dos adversários e determinou que a CPI da Petrobrás seja instalada na terça-feira. Tanto ele como o governo contam com o recesso parlamentar, daqui a uma semana, para esfriar a temperatura da crise.

A difícil situação de Sarney se agravou ontem, quando o Estado revelou que recursos destinados pela Petrobrás à Fundação José Sarney, em São Luís (MA), foram desviados para empresas fantasmas e da família do próprio senador. Sarney convenceu líderes da base aliada a aceitar a CPI e marcou a data da instalação após receber, ainda na noite de quarta-feira, uma advertência sem meias palavras de cinco senadores.

"O PT quer dar uma de Tiradentes com a sua cabeça", disse-lhe o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), de acordo com parlamentares que presenciaram a conversa. Dornelles, porém, não era o único conselheiro experiente do grupo. Também participaram do encontro Fernando Collor (PTB-AL) e os peemedebistas Valter Pereira (MS), Neuto de Conto (SC) e Paulo Duque (RJ). A avaliação geral foi a de que, sem a CPI, o PSDB e o DEM não votariam a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Congresso não entraria em recesso na próxima semana. Nesse período, argumentaram, a oposição aumentaria o tiroteio contra ele e o PT não o defenderia.

Mesmo assim, o senador Gim Argello (DF), que comanda a bancada do PTB, chegou à reunião dos líderes da base aliada, na manhã de ontem, decidido a resistir à pressão. Àquela altura, no entanto, Lula já havia avalizado a decisão de Sarney de instalar a CPI. Isso não significa que ela vá adiante. A estratégia da tropa de choque governista é barrar qualquer investigação com potencial destrutivo para o Planalto e para a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à sucessão de Lula, em 2010.

"No mensalão eu fui para o córner e sei o que passei. Agora, no final do meu governo e com eleição pela frente, a base tem que estar unida", disse Lula, em conversas reservadas. "A CPI pode até funcionar, mas sob controle da base aliada. Não vamos deixar essa CPI virar palanque para a oposição", argumentou o líder do PT, senador Aloizio Mercadante (SP).

Para transformar a CPI em fato consumado, Sarney agiu rápido. Encerrado o encontro com o grupo de conselheiros, na noite de quarta-feira, e já preocupado com a repercussão da reportagem do Estado no dia seguinte, ele buscou em parecer do Supremo Tribunal Federal (STF) o suporte jurídico para sua decisão. Enviou aos líderes aliados cópia de decisão do STF com um grifo no trecho que mais lhe interessava: "A Constituição se completa com a instalação da comissão, o que supõe a reunião com qualquer número dos seus membros".

Até o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), teve de ser convencido de que não havia alternativa para Sarney fora da CPI. Com a missão de blindar Dilma dos ataques, o PT começou a se acertar com o PMDB para os postos de comando da comissão. Na prática, a crise serviu para aparar arestas entre os dois partidos, que se uniram contra o PSDB e o DEM. "Sarney está apoiado em Lula e só não explode porque o presidente segura", resumiu o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

Embora tenha produzido uma nota pregando a licença de Sarney, o PT garantiu ao PMDB que defenderá o presidente do Senado, caso ele seja alvo do Conselho de Ética. A garantia foi dada por Mercadante a Renan. O peemedebista, por sua vez, comprometeu-se a não mais divergir de Mercadante em relação às indicações do PT para a CPI.

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