Brasil Brilha na Olimpíada de Informática para Garotas com Ouro, Prata e Bronze

O Brasil celebrou um feito notável na Olimpíada Europeia de Informática para Garotas (EGOI) 2024, realizada em Veldhoven, na Holanda. Três talentosas brasileiras subiram ao pódio, garantindo uma medalha de ouro, uma de prata e uma de bronze.

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Com esses resultados, o Brasil alcançou a quarta posição na classificação geral, um marco inédito desde que começou a participar do evento em 2021.

Maria Clara Fontes Silva, uma jovem de 15 anos do nono ano do ensino fundamental em Aracaju, Sergipe, foi a grande vencedora com a medalha de ouro. “Receber a medalha foi extremamente gratificante. É um reconhecimento pelo esforço e uma prova do meu progresso nas competições de programação”, celebrou Maria Clara em entrevista à Folha.

Outra destaque foi Sofia Torres de Paula Cintra, também de 15 anos e no nono ano, que conquistou a medalha de prata. Estela Baron Nakamura, de 17 anos e no terceiro ano do ensino médio, completou o pódio brasileiro com uma medalha de bronze. Gabriela Barbieri Stroeh, de 16 anos, também integrou a delegação brasileira.

Estela, que já havia conquistado um bronze na EGOI 2023 na Suécia, destacou a importância da competição: “Nós, como equipe brasileira, estamos muito entusiasmadas com o resultado. Participar dessa competição e interagir com meninas de todo o mundo foi uma experiência única e enriquecedora”.

Juliana Freitag Borin, professora do Instituto de Computação da Unicamp e acompanhadora das competidoras, ressaltou o valor do evento: “O objetivo vai além das medalhas. Queremos que essas meninas sejam inspirações para outras garotas ingressarem na área de computação”.

A EGOI 2024 reuniu cerca de 200 participantes de 55 países, premiando 91 garotas, sendo 15 com ouro, 30 com prata e 46 com bronze. O evento incluiu atividades práticas, uma feira de conhecimento e duas provas principais, desafiando as competidoras em testes algorítmicos e de resolução de problemas de programação.

Além das provas, Estela mencionou as palestras oferecidas por patrocinadores do setor tecnológico: “Tivemos a oportunidade de aprender mais sobre outras oportunidades e possíveis caminhos de carreira no futuro”.

No Brasil, o Movimento Meninas Olímpicas (MMO), criado em 2015 por Natalia e Mariana Groff, trabalha para aumentar a participação feminina em olimpíadas de conhecimento e em espaços de liderança. Em 2019, Mariana foi medalhista de ouro na Olimpíada Europeia de Matemática para Garotas.

Hoje, o MMO é um projeto institucional da UFSM, coordenado por Nara Bigolin, mãe das fundadoras. Bigolin destaca a sub-representação feminina nas olimpíadas mais prestigiadas, que abrem portas para as melhores universidades do mundo: “Nas olimpíadas que não abrem grandes oportunidades, as meninas representam 50% das premiadas. Nas que dão chance de ingresso no MIT, Princeton e Harvard, esse número cai para 5%”.

A conquista das jovens brasileiras na EGOI 2024 é um testemunho do talento e da dedicação das garotas na área da informática, além de servir como inspiração para futuras gerações.

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