Preservando a Tradição: O Papel Fundamental das Sementes Crioulas na Agricultura Familiar em Andradina e região

As sementes, essenciais para a manutenção da biodiversidade, a garantia da alimentação e o apoio à diversidade de culturas agrícolas, apresentam-se em variedades modificadas geneticamente ou não.

Crédito: Cecília Bastos/USP Imagens
Crédito: Cecília Bastos/USP Imagens

Entre elas, destacam-se as sementes tradicionais, também conhecidas como nativas ou crioulas. Estas, carregam consigo não apenas a promessa de uma colheita, mas também uma herança cultural valiosa, preservada por produtores e comunidades do Noroeste paulista. Com informações do Diário da Região. 

O agrônomo Leandro Biral, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), ressalta a importância das sementes crioulas, descrevendo-as como verdadeiras joias e patrimônio cultural. Apesar de não serem abundantes no Brasil, Biral e outras instituições incentivam a preservação dessas sementes por meio de feiras de trocas, destacando o compromisso da cidade de Andradina, que possui legislação municipal para o manejo dessas sementes nativas.

Na região de Andradina, a aluna de pós-graduação em engenharia agronômica da Unesp, Débora Pavani Silva, conduziu um estudo junto a comunidades de assentamentos e produtores rurais. Ela destaca que muitos agricultores utilizam o termo "semente de paiol" para descrever as sementes tradicionais, mas o importante é que estas são utilizadas em diversas culturas, como o feijão-catador e o milho da palha-roxa.

Débora enfatiza que as sementes crioulas são manejadas nas propriedades de agricultores familiares, proporcionando autonomia produtiva, segurança alimentar e a preservação de tradições ao longo das gerações. Ela adverte sobre o risco de perda da biodiversidade caso essas sementes sejam negligenciadas.

Além do aspecto cultural, a pesquisadora científica do Instituto Agronômico (IAC), Cristina Fachini, destaca a importância das políticas públicas para valorizar as sementes tradicionais. Ela ressalta que as sementes crioulas mantêm a biodiversidade e são reconhecidas pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura).

Cristina destaca o exemplo do milho, cujo significado ancestral para comunidades indígenas vai além do aspecto comercial. Enquanto o milho híbrido é predominante, as sementes tradicionais oferecem uma variedade de cores, sabores e nutrientes. A pesquisadora acredita que as sementes crioulas podem impulsionar o mercado de agricultura orgânica e agroecologia, proporcionando alternativas de renda para os produtores.

Apesar dos desafios, fica evidente que as sementes crioulas não apenas sustentam tradições antigas, mas também representam uma oportunidade para a diversificação e valorização da agricultura familiar, contribuindo para a preservação da biodiversidade e segurança alimentar em nossa região. É necessário que as políticas públicas continuem a apoiar e promover essa prática essencial para o nosso futuro agrícola e cultural.

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