Continua após os destaques >>
A afirmação ganhou peso recentemente, quando um executivo da Boeing destacou o potencial brasileiro durante um fórum em São Paulo. Landon Loomis, chefe da Boeing para a América Latina e o Caribe, enfatizou a capacidade técnica, mão de obra qualificada e abundância de matérias-primas que o Brasil possui para liderar os esforços globais de descarbonização na indústria da aviação.
O Brasil já é reconhecido internacionalmente como líder na produção de biocombustíveis, com destaque para o etanol e o biodiesel derivados de culturas como a cana-de-açúcar, milho e soja. Essa experiência no setor de biocombustíveis estabelece uma base sólida para expandir para a produção de SAF, que é crucial para o alcance das metas de emissões líquidas zero até 2050, estabelecidas pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
O uso de SAF é central na estratégia da aviação global para reduzir sua pegada de carbono. A tecnologia atual exige combustíveis que possam ser utilizados nos motores a jato existentes, como os SAFs à base de recursos renováveis, incluindo óleos vegetais e resíduos. O Brasil, com sua expertise em biocombustíveis, está bem posicionado para se tornar um líder nesse segmento.
Contudo, desafios significativos ainda precisam ser superados. A garantia de um fornecimento suficiente de SAF é uma das maiores preocupações do setor, devido aos altos custos e ao crescimento gradual na produção. A própria IATA estima que o uso de SAF poderá representar até 65% dos esforços necessários para atingir as metas de emissões líquidas zero até 2050.
O engajamento das companhias aéreas é crucial nesse processo. A Qatar Airways e a Gol, uma das principais companhias aéreas brasileiras, compartilham a visão de que o fornecimento de SAF é uma questão urgente. A Gol salienta a importância de iniciar o processo de produção de SAF imediatamente, considerando que os custos atuais são três vezes mais elevados do que os dos combustíveis fósseis. Eduardo Calderon, diretor do Centro de Controle de Operações da Gol, alerta que o mundo está ficando para trás na busca pela sustentabilidade e que o Brasil deve agir prontamente para cumprir suas metas ambiciosas.
O Brasil tem uma janela de oportunidade única para se destacar como líder global na produção de SAF. Sua experiência em biocombustíveis, sua vasta capacidade agrícola e o comprometimento das companhias aéreas locais são fatores cruciais nesse processo. À medida que o mundo busca maneiras de transformar a indústria da aviação em um modelo de sustentabilidade, o Brasil pode se tornar não apenas um pioneiro, mas também um exemplo inspirador para outras nações seguirem em direção a um futuro mais limpo e responsável.
Destaques >>
Leia mais notícias em andravirtual
Curta nossa página no Facebook
Siga no Instagram