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A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou na
noite desta terça-feira (20) o orçamento paulista no valor R$
317 bilhões para o ano de 2023. O texto final considerou a compilação das 21,3
mil emendas parlamentares, dos resultados de dezenas de audiências públicas
realizadas ao longo do ano e também as prioridades do governo eleito, de
Tarcísio de Freitas.
Entre as mudanças solicitadas pela equipe de transição para
constar no Projeto de Lei 578/2022, a principal foi a destinação de R$ 200 milhões para o programa Bolsa do Povo Estudante,
destinado a garantir a permanência na escola de alunos da rede pública
estadual.
“A ideia do novo governo é que os alunos possam continuar os
seus estudos e possam estar em condições de ingressar em uma faculdade no
futuro”, comentou o deputado Delegado Olim (PP), relator do projeto na Comissão
de Finanças, Planejamento e Orçamento, que dialogou com a equipe de transição
do governo eleito.
Ainda na área da Educação, foi proposto o acréscimo de R$ 2 milhões para o programa Novotec Aprendiz, que já conta
com R$ 20 milhões. Esse programa oferta formação
técnico-profissional a alunos do ensino médio por meio de cursos. Também houve
a proposta de mudança de nome do Novotec Qualificação Profissional, destinado a
alunos do ensino médio.
Já na área da Saúde, foi aprovado o direcionamento de mais R$ 30 milhões para os atendimentos do programa Mutirões de
Saúde. Foi aprovado também o remanejamento de R$ 3,8
milhões do orçamento da publicidade institucional para ser enviado o programa
de Planejamento e Gestão Eficiente do Governo, dentro da Secretaria de Governo.
O governo eleito propôs a alteração do nome de uma ação para
desenvolver projetos habitacionais destinados a preservar mananciais, parques,
unidades de conservação e demais áreas protegidas. Foi direcionado um valor
simbólico que, ao longo do ano, pode ser complementado. O mesmo aconteceu
também na área da habitação, com a inclusão de valor simbólico em programa de
revitalização e de ampliação de ações habitacionais direcionadas para áreas
centrais nas regiões metropolitanas.
Para a bancada de oposição, as mudanças propostas pelo
governo eleito pouco alteram as políticas públicas já em execução. “Não dá para
admitir um Estado com o orçamento que São Paulo tem manter somente 0,51% do
orçamento para a Assistência Social. É a área que cuida das pessoas e dos
convênios com as entidades assistenciais. Isso mostra que não houve visão com a
questão do social. Também não dá para entender o porquê de a Secretaria de
Cultura ter apenas 0,39%. E na Agricultura e Abastecimento, com gente com fome
e inflação alta, São Paulo tem apenas 0,41%. Então não podemos aprovar isso”,
comentou o deputado Enio Tatto (PT).
Outras alterações
O documento final aprovado pela Alesp contou
também com alterações decorrentes de leis aprovadas recentemente pelo
Parlamento. Entre as mudanças estão as modificações devido ao aumento das
emendas que deputadas e deputados estaduais puderam indicar para 2023, que
subiu de 0,30% para 0,45% da receita corrente líquida do Orçamento.
Também houve mudança para atender à Lei Complementar
1.380/2022, que desobrigou a partir do ano que vem o desconto previdenciário de
aposentados e pensionistas que ganham até o valor do teto do INSS. Dessa forma,
serão R$ 2 bilhões a menos no orçamento da São Paulo
Previdência (SPPrev), que deverão ser supridos com aportes do Tesouro estadual.
Também foi criado no orçamento o Fundo do Trabalho do Estado
de São Paulo (Funtesp), vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico e
ao Fundo de Amparo ao Trabalhador, do Ministério do Trabalho e Emprego. A
dotação será de R$ 5 milhões.
Emendas parlamentares
As deputadas e os deputados estaduais apresentaram 21,3 mil
emendas ao orçamento e recebidas dezenas de sugestões durante as audiências
públicas realizadas ao longo do ano, que foram compiladas.
Como resultado desse trabalho, foi aprovado um orçamento de
R$ 1,9 bilhão para atenção básica da saúde direcionado
aos municípios e entidades filantrópicas. Também foram destinados mais R$ 30 milhões para a Defesa Civil; mais R$
40 milhões para melhoria dos equipamentos da Polícia Civil; R$
6 milhões para preparação dos agentes e R$ 3,8 milhões
para instalações físicas do Corpo de Bombeiros Militar.
Foi aprovada também aumento de verbas para oficinas
culturais e R$ 3 milhões a mais para o Conservatório de
Música de Tatuí. No segmento de Esportes, foram remanejados R$
1 milhão para ações de fomento às atividades esportivas e de lazer.
No quesito Transportes, foi aprovado aumento de R$ 650 milhões para as obras da Nova Tamoios e a retirada de R$ 1 bilhão do orçamento das vicinais - que tinha R$ 3 bilhões - para ser encaminhado para as demais rodovias
geridas pelo Estado.
O orçamento
O orçamento é um documento obrigatório, que apresenta uma
previsão de receitas e despesas para o ano seguinte. É por meio deste projeto,
convertido em lei estadual depois de aprovação pelos parlamentares, que ficam
planejados os investimentos nas diferentes áreas. Com a arrecadação de R$ 317 bilhões, São Paulo terá o maior orçamento estadual do
país.
Entre os principais dados da proposta apresentada pelo atual
governo, a área da Educação terá um montante de R$ 49,3
bilhões, tendo quase R$ 1 bilhão direcionado para a
implementação da educação integral na rede estadual. Em relação ao ensino
superior público, entre as diversas instituições, serão R$
8,4 bilhões para a USP (Universidade de São Paulo), R$
4,1 bilhões para Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e R$ 4 bilhões para a Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Já na área da Saúde, o orçamento será de quase R$29 bilhões, sendo R$ 1,1 bi
destinados ao programa Santas Casas Sustentáveis.
A Secretaria de Segurança Pública terá um montante de R$ 27,3 bilhões. Serão R$ 430 milhões para melhoria dos equipamentos da Polícia Militar e R$ 58 milhões para seleção e formação de novos policiais civis.
Em relação ao Turismo, serão R$ 563
milhões para destinação às estâncias turísticas e MITs (Municípios de Interesse
Turístico). Na Habitação, o programa Casa Paulista terá R$
697 milhões do total de R$ 1,4 bi da pasta.
Já os investimentos anunciados pelo governo chegam a R$ 31 bilhões, o que também é considerado um valor recorde. A Secretaria de Logística e Transportes, com R$ 6,8 bilhões, terá a maior parte desse montante. Ainda neste valor, a Sabesp, cujo Estado é acionista majoritário com 50,26% das ações, terá inicialmente um investimento anunciado de R$ 4,8 bilhões.
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