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De acordo com informações da Econg, associação ecológica do município de Castilho, a ocupação teria como objetivo forçar a Cesp a vender a área para que o Incra possa promover os assentamentos na região. “Já está havendo matança de animais silvestres na área,”diz Roberto Franco, presidente da Econg, que enviou correspondência aos representantes ambientalistas no Consema para que averiguem a situação.
De acordo com o ambientalista, a ocupação ocorre nas duas margens do Aguapeí em áreas das fazendas São Gabriel e Bandeirantes, nos municípios de Paulicéia e Castilho, desapropriadas pela Cesp para a formação do lago de Porto Primavera.
“Quase toda a ocupação é feita em áreas de preservação permanente, em função da ocorrência de várzeas características naquela região”, explica Franco.
Segundo ele, a morosidade do processo para homologação da RPPN tanto no governo federal quanto estadual é que está criando o ambiente de insegurança que favorece a ocupação e a destruição dos habitats dos já comprovados ricos recursos da biodiversidade local.
“Enquanto o reconhecimento da RPPN se perde nos meandros da inépcia e da burocracia governamental, aumentam os prejuízos para a natureza, já tão altamente agredida nessa região do Estado”, conclui o ambientalista.
Várzeas do Aguapeí “substituem” as antigas planícies de inundação do Tietê
Conhecidos como ‘pantanal paulista’, as várzeas – entremeadas de vegetação de transição entre cerrado e mata atlântica - conferem ao rio Aguapeí características muito parecidas com as antigas planícies úmidas do rio Tietê antes de desaparecer com a formação dos reservatórios para geração de energia elétrica, construídos na década de 80, na região central de São Paulo.
Foi graças a essas características que técnicos e ambientalistas do Consema já propunham, em 1990, a criação de “estação ecológica” nos rio Aguapeí e/ou Peixe como forma de compensar os impactos causados sobre as várzeas pela usina Três Irmãos, em Pereira Barreto.
“A espécie bandeira dessa luta foi o cervo-do-pantanal que, em São Paulo, só ocorria ali e onde hoje estão os parques estaduais dos rios Aguapeí e Peixe, lembra Djalma Weffort, da Apoena, então representante ambientalista no Consema”.
No rio Tietê, de fato, o cervo desapareceu, mas a conservação das populações remanescentes nos parques – e na RPPN proposta – são fundamentais para manter viável na natureza a vida do maior cervídeo brasileiro e outras espécies da fauna brasileira que estão sob o seu abrigo”, completa Weffort.
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