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“O que pode ser adicionado nos bebedouros e nos
reservatórios para aumentar o intervalo de limpeza?
Ou seja, poder ficar mais tempo com a água em boas condições sem
aquela necessidade de lavar?”. Segundo o médico veterinário
especialista em hidratação de bovinos Fernando Loureiro, estas são
perguntas frequentes que tem recebido.
No Giro do Boi desta sexta, 11, Loureira respondeu o telespectador Igor Salvador, de Camapuã-MS, que detém o título de Capital do Bezerro de Qualidade.
“Ele foi aconselhado a utilizar plantas aquáticas nos bebedouros dele, aquelas plantas do tipo aguapé, também conhecidas como patinho d’água. Lá no Nordeste, o pessoal chama de baronesa. E essas plantas têm uma função bastante interessante de filtragem da água. As raízes delas acabam depurando e retirando da água coliformes fecais e também metais pesados”, contextualizou Fernando.
Mas isso se aplica também para os bebedouros artificiais das fazendas? “Veja bem, isso é interessante para as águas de bebedouros naturais, como os rios, córregos, represas, açudes. Então as plantas aquáticas exercem a sua função principalmente nessas aguadas naturais – e se tiver essa necessidade”, ponderou.
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Segundo Fernando, mesmo nas aguadas naturais as plantas devem ser utilizadas em ocasiões específicas. “Por exemplo, fazendas que estão próximas a áreas urbanas, onde tem aumento da incidência de coliformes fecais, quem tem conexão ou perto de onde desagua o esgoto nessas áreas. Também os resíduos industriais, que podem estar levando a contaminação de agentes químicos, metais pesados, então é interessante”, pontuou.
Segundo o veterinário, as plantas perdem sua função de filtro natural quando a água coletada na fazenda é de boa qualidade. “Agora a água coletada na fazenda em poços semi artesianos, em nascentes da própria fazenda, raramente apresentam esse problema e não tem por que a gente utilizar plantas aquáticas para retirar aquilo que não tem na água. As plantas aquáticas dentro dos bebedouros se proliferam, elas se difundem em toda a superfície e o gado tem mais dificuldade de acessar a água que está embaixo, mesmo que limpa”, advertiu.
Além disso, segundo o especialista, as plantas não diminuem a necessidade de limpar frequentemente os bebedouros pela seguinte razão. “As plantas aquáticas também não depuram matéria orgânica, elas não retiram o esterco dos animais, elas não retiram da água os farelos, elas não retiram da água as folhas do capim, da pastagem que o animal traz na boca. Isso apenas se deposita no fundo e continua tendo matéria orgânica”, explicou.
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“A nossa indicação é que não terceirizem a limpeza do seu bebedouro para as plantas aquáticas. Use aquele tempo que o funcionário vai precisar se deslocar até o bebedouro e retirar o excesso de planta para, na verdade, não ter planta – para limpar todo o bebedouro, esfregar as paredes, remover toda a sujeito do fundo e deixar uma água verdadeiramente limpa para esses animais, em que eles vão beber mais água no consumo espontâneo, livremente, vão ter satisfação de beber mais água e vão corresponder consumindo mais matéria seca, comendo mais capim e suplemento. E, com isso, melhorando o desempenho”, sustentou.
“As plantas aquáticas, quando ocupam toda a superfície do bebedouro, também estão depositando as folhas mortas dentro do próprio bebedouro e a gente não tem um indicativo, dentre todas as variedades, qual pode ser tóxica para o animais ou não. A nossa dica é que plantas aquáticas em bebedouros artificiais, em água encanada, não combinam e não devem ser utilizadas”, concluiu.
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