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SÃO PAULO Com as baixas temperaturas, os desabrigados do prédio que desabou no Largo doPaissandu, no centro de São Paulo, e os moradores de rua tentavam se proteger como podiam do frio, na madrugada desta segunda-feira (21).
Por volta das 5h30, as estações meteorológicas do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência), órgão da prefeitura, marcavam temperatura média de 8°C na cidade. A menor temperatura foi no bairro Capela do Socorro, na zona sul, que registrou 4º C. Já na região central os termômetros marcaram 11º C.
No acampamento montado dos desabrigados no entorno da igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, próximo ao local onde ficava o prédio, dois segurando cobertores faziam a segurança do local na madrugada para evitar furtos.
O ajudante geral Fagner Apolinario da Silva, 32, disse que as famílias que vivem no acampamento se viram como podem com os poucos cobertores que possuem. Segundo Silva, a forte do último sábado (19) alagou barracas e alguns perderam colchões e roupas.
Para se proteger do frio, os desabrigados forram o chão com papelão e usam os cobertores que secaram. “Tá difícil, eu to com essa coberta ainda úmida”, disse.
Um vendedor ambulante, que vive no acampamento com a mulher grávida de três meses, reclama que assistentes sociais da prefeitura só aparecem no local para atender moradores de rua e que não levaram nada para eles. “Você acha que a gente tá aqui porque quer?”, pergunta o homem.
Em outros pontos da cidade, moradores de rua buscavam estratégias para driblar o frio. Eles aproximavam-se uns dos outros na hora de dormir, buscavam marquises, utilizavam barracas, papelões, cobertores, barracas de camping e lonas pretas para espantar o frio.
No Pateo do Collegio, havia mais de 30 pessoas dormindo encolhidas ao relento próximo e uma delas, tinha apenas papelões como proteção contra o frio. Guardas Municipais que fazem a segurança patrimonial do local disseram que por volta da 0h30 perguntaram ao grupo se gostariam de ir para um albergue, mas poucos aceitaram.
ALBERGUES
Dos quatro albergues visitados pela reportagem daFolha nesta madrugada, os mais procurados foram o da rua Prates, na região do Bom Retiro, que recebeu 150 pessoas, e o da rua Apa, em Campos Elísios, que abrigou 86.
Outros cinco moradores de rua foram levados ao centro de acolhida na rua Deocleciana, na Luz. Já o albergue na rua Boracea, na Barra Funda, foi um dos menos procurados.
“Por incrível que pareça recebemos poucos moradores de rua”, disse um funcionário, que não soube informar o número exato de pessoas acolhidas.
PREVISÃO DO TEMPO
A cidade de São Paulo deverá ter uma semana gelada, com a possibilidade de novas madrugadas com recordes de frio.
O clima será para casaco e cachecol no começo das manhãs, mas a temperatura sobe ao longo do dia e deve superar a marca de 20ºC —mas sem ultrapassar 23ºC, em nenhum momento, até sexta (25).
A tendência de tempo seco e pouca chance de chuva deve se manter nos próximos dias, que serão ensolarados e com céu limpo também devem se repetir ao longo da semana.
A baixa umidade do ar na capital deve continuar ao menos até a próxima quinta (24), quando aumenta a nebulosidade e também a chance de chuva fraca. O padrão de madrugadas bastante frias e tardes quentes deverá se manter nas próximas semanas até o início do inverno, em 21 de junho.
De acordo com o meteorologista do Inmet Ernesto Alvin Grammelsbacher, este outono na capital paulista deve ser um pouco mais frio do que o do ano passado, mas sem grandes variações. “Será um outono típico”, afirma.
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