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A cidade de São Paulo vive um surto de hepatite A, doença
causada pelo vírus VHA. De janeiro até a segunda semana de setembro, a
Vigilância Sanitária registrou 483 casos da doença, ante 54 no mesmo período do
ano passado.
O pico da infectados foi em julho, mas o vírus, que ataca o
fígado, circula na cidade. A doença é transmitida por água ou alimentos
contaminados ou contato com fezes.
Segundo Geraldine Madalosso, médica epidemiologista da
equipe de doenças transmitidas por alimentos da Secretaria Municipal da Saúde,
o aumento foi detectado a partir de abril e as causas começaram a ser apuradas.
“Entre os casos investigados, 43% relataram como fonte provável a via sexual
desprotegida, com sexo oral e anal”, disse. A camisinha e uma boa higiene são
importantes para combater essa epidemia.
Dados
Dos pacientes que tiveram a doença neste ano, 87% são do sexo masculino e 80% têm entre 18 e 39 anos, de acordo com Geraldine.
Em 20 015, primeiro ano em que a vacina esteve disponível na
rede pública, a campanha atingiu 97% do público-alvo. No ano seguinte,
infelizmente, as taxas caíram bastante: apenas 71% das crianças foram
protegidas.
Característica positiva
Uma característica positiva da hepatite A é que ela é
considerada “benigna”. “Em adultos, ela se manifesta de maneira aguda, mas não
crônica, como as do tipo B e C, que dão outras complicações ao paciente”, disse
a médica.
Existe vacina contra a hepatite A. Feita de vírus inativado,
ela está disponível no SUS para crianças entre 1 e 2 anos e pessoas com vírus HIV.
Mas pode ser tomada por qualquer pessoa na rede particular. As doses variam
entre R$ 70 (infantil) e R$ 162 (adulto), conforme a clínica.
Como a doença se manifesta?
A hepatite A costuma ser contraída ainda na infância em
países com uma condição sanitária ruim. Segundo os dados internacionais, o
risco de contrair o vírus no Brasil é intermediário. Ele se instala no fígado
e, na maioria das vezes, não há sintomas. Algumas pessoas que sentem fadiga,
náuseas, dor de barriga, perda de apetite e febre baixa. O quadro se resolve
espontaneamente em até dois meses e pode exigir um cuidado com hidratação e
repouso.
Mas outros indivíduos desenvolvem uma complicação chamada
hepatite fulminante. Nela, há um alto risco de morte caso não seja feito um
transplante hepático às pressas. O público com maior probabilidade de
desenvolver essa situação mais séria é justamente o dos adultos. Nesse surto recente
de São Paulo, já foram reportados 6 casos graves.
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