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Aviso. Com tantos problemas, o público sumiu e o parque -
que chegou a receber 24 mil pessoas em um único dia, no segundo semestre de
2011 - tinha 160 visitantes no sábado. No dia anterior, uma sexta-feira, foram
20 pessoas.
Alvo de uma investigação do Ministério Público, que apura relatos de que o
parque, em diversos dias, conta com poucos brinquedos funcionando, apesar de
vender os passaportes normalmente e sem nenhum tipo de aviso aos visitantes, a
direção do Hopi Hari redobrou os avisos. Já no estacionamento, que cobra R$ 55
por carro, o funcionário de uma empresa terceirizada recomenda a atenção do
cliente. "Eu peço que todo mundo vá até a placa lá fora e veja quais os
brinquedos que estão parados. Uns 20% vão embora direto", diz.
Na bilheteria, que foi aberta exclusivamente para atender a reportagem, mais um
aviso. "Você quer mesmo entrar? A gente está só com esses brinquedos
aqui", alerta a funcionária, indicando um papel colado no balcão com 12
atrações abertas em quase 60 possíveis - 3 para o público adulto. O passaporte
custa R$ 99.
No sábado, ao entrar no parque, o Estado se deparou à primeira vista com uma
cidade fantasma do velho oeste americano. Somente depois de caminhar por alguns
minutos encontrou um grupo com cinco visitantes, vindos de São Paulo. "É
triste de ver o estado do parque", lamentou o visitante Ricardo Cipriano.
Um pouco mais à frente, Luiz Antonio Corol reclamava em frente a uma fonte de
água adornada por personagens da Warner Bross. "Só para estar aqui com a
minha família eu gastei mais de R$ 600."
Fora do ar
Dois dias antes, a direção do parque estava decidida a não abrir as portas.
Segundo relatos de pessoas ligadas à gestão, o dono do parque chegou a retirar
o site do Hopi Hari do ar para evitar compras. Após uma reunião na noite de
quinta-feira, contudo, a direção recuou. "O Abdalla não pode abrir, mas
também sabe que, se fechar, corre o risco de não abrir mais", diz uma
pessoa que pediu para não ser identificada.
"O que é que eu vou fazer?", indaga Abdalla. "Sei do risco que é
operar o parque sem seguro, mas o meu compromisso é não fechá-lo", conta o
empresário, egresso do mercado imobiliário e de uma família de banqueiros (o
pai, Anésio Abdalla, foi sócio do BCN).
Ele comprou 80% do Hopi Hari de Luciano Correa, seu amigo de infância, por R$
0,01, assumindo todo o histórico de passivo de R$ 700 milhões na pessoa física,
uma operação inédita e que deixou representantes do mercado com o queixo caído.
"Eu não sei como esse Abdalla consegue dormir a noite", diz um
operador do mercado. "É dívida para a vida inteira e para muitas outras
gerações." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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