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A Pepsi tirou do ar nessa quarta-feira, dia 5, um comercial
com a modelo Kendall Jenner depois que a propaganda provocou revolta e
foi criticada por pessoas que disseram que a gravação banalizava protestos por
direitos nos Estados Unidos.
A propaganda, lançada na noite de terça-feira, dia 4, mostra a celebridade em
um ensaio fotográfico quando percebe um protesto passando por sua locação. Ela,
então, se junta à multidão e oferece uma lata do refrigerante a um policial,
fazendo com que ele sorria enquanto os manifestantes comemoram e se abraçam.
"A Pepsi estava tentando projetar uma mensagem global de união, paz e
compreensão", disse a companhia em comunicado. "Claramente nós
falhamos, e nós pedimos desculpas. Não foi nossa intenção banalizar um assunto
tão sério. Nós vamos remover o conteúdo e impedir qualquer outra
utilização".
A empresa também pediu desculpas a Kendall Jenner. Representantes da modelo não
retornaram contato para comentar o assunto.
O comercial foi alvo de críticas no Twitter, com alguns usuários afirmando que
o vídeo subestima os protestos contra violência policial que aconteceram nos
últimos anos em cidades como Ferguson, Missouri e Baltimore após mortes de
mulheres e homens negros desarmados por parte de policiais.
A Pepsi disse que a propaganda foi desenvolvida por sua equipe de criação
interna.
Charlie Hopper, diretor e escritor na agência de publicidade Young &
Laramore, declarou que esse tipo de rejeição é um risco que as marcas correm
quando não têm perspectiva externa.
"Esse é um bom exemplo do que acontece quando você não tem a opinião
objetiva de uma relação clássica de agência que diz: 'Nós precisamos te salvar
de seus piores impulsos", afirmou Hopper.
Espectadores condenaram rapidamente o comercial, que não deixou claro contra o
que os manifestantes estavam protestando.
"Se eu tivesse levado uma Pepsi acho que nunca teria sido preso. Quem
poderia saber?", disse DeRay McKesson, uma das principais vozes do
movimento Black Lives Matter, no Twitter. "Pepsi, essa propaganda é um
lixo".
Bernice King, filha do líder de direitos civis Martin Luther King Jr., cujo
assassinato aconteceu exatamente 49 anos antes do dia em que a propaganda foi
lançada, tuitou uma foto de seu pai protestando enquanto um policial agarra seu
peito, com a legenda: "Se ao menos papai soubesse do poder da
#Pepsi".
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