G1 | Terça-feira, 17 jan 2017 - 21h00
| Atualizado: Quinta-feira, 11 maio 2023 - 05h39
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O dólar opera em alta nesta quarta-feira (18), depois de ter
recuado quase 1% na véspera, em sintonia com a moeda norte-americana no
exterior e com os investidores na expectativa pelo discurso da presidente do
Federal Reserve (banco central dos EUA), Janet Yellen, para obter pistas sobre
a trajetória dos juros.
Às 15h50, a moeda norte-americana subia 0,36%, vendida a R$ 3,2240. Na máxima
até agora, a moeda marcou R$ 3,2314.
Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h10, alta de 0,52%, a R$ 3,2294
Às 9h59, alta de 0,19%, a R$ 3,2187
Às 10h40, alta de 0,19%, a R$ 3,2188
Às 10h59, alta de 0,¨%, a R$ 3,2221
Às 11h29, alta de 0,29%, a R$ 3,2218
Às 13h30, alta de 0,14%, a R$ 3,2172
Às 14h29, alta de 0,31%, a R$ 3,2225
Às 15h09, alta de 0,38%, a R$ 3,2246
Cenário externo
"O mercado está propenso à alta do dólar por causa da possibilidade de
maior risco à frente, há um movimento de hedge pelos investidores",
destacou o trader da Ourominas Corretora Maurício Gaioti, à Reuters, ao lembrar
da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, na sexta-feira.
Para esta quarta-feira, a agenda de indicadores
norte-americana também impunha um pouco de cautela aos agentes.
Serão divulgados dados como os preços ao consumidor e a
produção industrial norte-americanos, ambos de dezembro, além do Livro Bege. O
mercado também estará atento à fala da chair do Fed, Janet Yellen. No entanto,
isso se dará após o encerramento da sessão, com eventual impacto na
quinta-feira.
Desde que Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos, o
mercado passou a ver mais chances de um movimento mais forte de aperto
monetário no país, já que em sua campanha ele prometeu gastos maiores em
infraestrutura e cortes de impostos.
Até o momento, Trump não deu sinais de como será o seu
governo, daí a ansiedade em relação à sua posse e ao seu primeiro discurso. Se
o cenário de campanha se confirmar, o dinheiro aplicado em outros países como o
Brasil poderá se endereçar aos Estados Unidos, de olho nos juros mais elevados
em ambiente de menor risco.
No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas e
divisas emergentes, como o peso mexicano, rand sul-africano e lira turca MTRY.
Atuação do BC
Internamente, no entanto, a alta do dólar ante o real era contida por causa do
novo leilão de swap cambial tradicional --equivalente à venda futura de
dólares-- que o Banco Central realiza nesta manhã.
Será o segundo leilão para rolagem dos contratos que vencem
em fevereiro --o primeiro aconteceu na véspera--, com oferta de até 12 mil
contratos.
"Com o swap, o BC mandou o recado de que está vigilante
em relação ao câmbio e isso ajuda a segurar as cotações", disse Gaiti.
Na terça-feira, tanto o presidente do BC, Ilan Goldfjan, quanto o ministro da
Fazenda, Henrique Meirelles, falaram sobre câmbio. Os dois dão entrevista nesta
quarta-feira em Davos, na Suíça, onde participam do Fórum Econômico Mundial.
Ilan afirmou que a autoridade monetária poderá sempre fornecer hedge a empresas
devido às grandes reservas que possui se os mercados não estiverem funcionando
bem e se houver problemas de liquidez. E Meirelles disse que há conforto em
relação ao patamar atual do dólar, o que reforça a sinalização do BC de que
atua para conter a volatilidade e não controlar o nível de preço do dólar.
Na véspera, o dólar caiu 0,8% frente ao real, a R$ 3,2124, depois de ter
acumulado ganho de 1,98% nos dois pregões anteriores. No acumulado do ano, o
dólar recua 1,14%.