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Sete entre dez profissionais de segurança pública de todo o
país dizem que já tiveram algum colega assassinado fora do trabalho, mostra
pesquisa feita com 10.323 agentes de vários estados. O resultado do trabalho
foi apresentado hoje (30) em encontro internacional sobre o tema no Rio de
Janeiro.
A pesquisa faz parte do estudo Vitimização e Risco entre
Profissionais do Sistema de Segurança Pública, elaborado pela Fundação Getulio
Vargas (FGV) e pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da
Justiça. As entrevistas ocorreram entre os dias 18 de junho e 8 de julho. Foram
ouvidos policiais militares, civis, federais, rodoviários federais, guardas
municipais e bombeiros de todos os estados.
De acordo com a diretora executiva do Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, Samira Bueno, a pesquisa será importante para mostrar os
riscos que envolvem o trabalho dos profissionais de segurança e pode ajudar a
formular políticas de prevenção e proteção dos policiais. "Somente em
2013, verificamos que 490 policiais foram assassinados em todo o país e, diante
desse dado alarmante, resolvemos aprofundar nosso conhecimento sobre as
violações dos direitos desses agentes.”
Segundo Samira Bueno, há uma cultura no Brasil de investigar
as mortes provocadas pela polícia, mas são pouco conhecidos os casos de
“vitimização sofrida pelo policial”. Samira ressaltou que, embora os policiais
tenham a missão de proteger a sociedade, eles "também precisam de
segurança”.
O número de vítimas é ainda maior quando analisados apenas
os policiais militares: 77,5%. O percentual de todos os profissionais de
segurança ouvidos que perderam um colega durante o expediente de trabalho é
61,9%.
A pesquisa revela também que o receio de sofrer violência e
retaliações tem influência na rotina e nos hábitos dos agentes. Quase metade
(44,3%) esconde a farda ou o distintivo no trajeto entre a casa e o local de trabalho
e 35,2% escondem de conhecidos o fato de que são profissionais de segurança
pública. Além disso, 61,8% evitam usar transporte público. “Eles precisam
esconder sua profissão por causa dos riscos que correm, quando na verdade
deveriam mostrá-la com orgulho", disse Samira.
A pesquisa foi divulgada durante o 9º Encontro do Fórum
Brasileiro de Segurança Pública, que ocorre no Rio de Janeiro desde o último
dia 28 e termina amanhã (31). Participam do encontro especialistas em segurança
pública do Brasil e do exterior.
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