O pai da estudante que foi agredida por outra próximo
a um colégio estadual em Mirassol (SP), na segunda-feira (16), não se conforma
com o episódio. A briga aconteceu a menos de 100 metros da entrada da escola e
foi gravada por outros alunos.
“Minha filha chegou da escola e me contou sobre a briga,
pensei que era uma briga normal de adolescente, para mim não mudava nada, ainda
fiquei bravo com ela”, lembra Ismailton Batista. Assim que o vídeo começou a
ter repercussão na internet, os pais da estudante tiveram acesso ao material e
viram cenas.
“Quando cheguei do trabalho, vi minha esposa chorando com o
celular na mão. Ela me pediu para ver o vídeo, aí liguei a internet e vi tudo.
É revoltante”, diz o pai da estudante.
As imagens da agressão, gravadas por celulares de outros
alunos, foram compartilhadas nas redes sociais. O vídeo começa com uma
discussão, mas assim que uma das meninas se vira para ir embora, a outra a puxa
com bastante força pelos cabelos. Daí em diante, a jovem é arrastada e jogada
na calçada por vários metros.
Testemunhas
Vários estudantes testemunham as agressões, mas ninguém tenta separar a briga.
Quando a agressora solta a menina, ela tenta se levantar e leva socos. Depois
de apanhar, a estudante consegue se levantar, mas ainda é arrastada pelos
cabelos, até que uma terceira menina resolve intervir.
Os pais da estudante agredida a levaram na delegacia, para
registrar boletim de ocorrência, e no Instituto Médico Legal (IML) para fazer o
exame de corpo de delito.
A vítima teve ferimentos na cabeça e nas costas. “Estou com
muita dor, não consigo virar minha cabeça, minha coluna dói muito”, diz a
estudante.
A adolescente de 13 anos não quer mais voltar a estudar na
escola. “Estou com muito medo, não sei o que pode acontecer.”
O pai se diz aflito com a situação. “Ela vai ter que mudar
de escola, ou até de cidade. Naquele colégio vai ser difícil para ela estudar.
Estamos conversando para ver o que será resolvido”, afirma Batista.
Desentendimento
A vítima diz que houve um desentendimento entre ela e a agressora na semana
passada, mas achou que estava tudo resolvido.
“Eu fiquei sabendo na sexta-feira (13) que ela falou mal de
mim e conversei com ela e pensei que a gente tinha se resolvido. Aí no domingo
(15) eu fiquei sabendo que ela ainda falava mal de mim e fui conversar com ela.
Na segunda-feira (16), fiquei sabendo que contaram para ela que eu queria bater
nela, que ia ter briga na saída e ela foi e me esperou na esquina”, diz a
estudante.
A Diretoria Regional de Ensino informou que suspendeu a
aluna agressora por três dias e que convocou os pais para relatar o ocorrido. A
diretoria afirma que reforça ações para prevenir esse tipo de violência.