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Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da
Petrobras, o ex-gerente da estatal Pedro Barusco reafirmou que começou a
receber propina em 1997, ainda sob o governo do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, e que estima que o PT recebeu de US$ 150 a 200 milhões entre 2003 e
2013.
“Comecei a receber propina em 1997, 1998. Foi uma iniciativa
minha, pessoal. De forma mais ampla, com outras pessoas da Petrobras, a partir
de 2003, 2004”, disse Barusco após ser questionado pelo relator da CPI, Luiz
Sérgio (PT-SP). Barusco, porém, ressaltou que não daria detalhes do esquema.
“Com relação a esse período eu não vou tecer maiores detalhes, existe uma
investigação em curso que me dá o direito de não comentar esses detalhes”,
disse.
Ao ser questionado sobre como era dividido o montante
desviado, Barusco disse que não sabe exatamente quanto era repassado ao
partido, mas garantiu que um percentual da propina ia para o PT. “Cabia a mim
uma quantia que eu recebi e ao PT outra quantia. Eu estimo que cabia a ele [ao
partido] ter recebido entre US$ 150 e 200 milhões. Não sei como o João Vaccari
Neto [tesoureiro do PT] recebeu, se recebeu. Se foi doação oficial, se foi
conta no exterior. Sei que existia uma quantia de propina para o PT”, afirmou o
ex-gerente. Barusco disse ainda que não tem condições de afirmar se o dinheiro
foi efetivamente entregue ao partido por Vaccari Neto.
Barusco relatou à CPI que a propina paga pelas empresas
contratadas pela Petrobras variava entre 1% e 2% dos valores dos contratos. Do
total desviado, metade era destinada para o PT, por meio de João Vaccari, e
metade para a "casa” [diretores da Petrobras envolvidos no esquema]. Ele
citou os nomes de Renato Duque, ex-diretor da Petrobras; Jorge Luiz Zelada,
ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, e Roberto Gonçalves, que o sucedeu
na Petrobras.
O depoimento do ex-gerente da Petrobras à comissão começou por volta das 11h e acontece em sessão aberta, apesar de ter apresentado um pedido ontem (9) para que seu depoimento ocorresse em sessão secreta.
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