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Desde que o uso dos computadores, tablets e celulares
tornou-se quase universal, escrever usando lápis e papel virou algo raro para
muitas pessoas. Algumas escolas têm introduzido, cada vez mais cedo, a
tecnologia no lugar de cadernos e canetas. Mas será que essa mudança radical
faz bem ao desenvolvimento infantil?
Um estudo realizado por neurocientistas da Universidade de
Bloomington, nos EUA, avaliou a importância da escrita à mão para o
desenvolvimento da criança. Os pesquisadores analisaram o comportamento do
cérebro de meninos e meninas não alfabetizados, mas que conheciam as letras,
não sabendo ainda como juntá-las para formar as palavras.
Eram dois grupos de crianças. Um foi estimulado a copiar no
papel letras diferentes. Outro trabalhou as letras usando o teclado. Além
de avaliar a capacidade dos dois grupos, os cientistas monitoraram os cérebros,
antes e depois do exercício, por meio de ressonância magnética, para
identificar as áreas ativadas e entender o que acontece quando as crianças
aprendem as letras.
O que perceberam é que aquelas que copiaram à mão mostraram
padrões de ativação do cérebro semelhantes aos de pessoas já
alfabetizadas. Já o cérebro das crianças que usaram o teclado para
realizar a atividade parecia ficar “ligado”, respondendo de forma diferente.
A conclusão dos exames feitos mostram que a prática à mão ajuda a estabelecer uma ligação entre o processo de escrever e o de aprender a ler. Outro benefício da escrita com lápis ou caneta é o desenvolvimento de habilidades motoras mais sofisticadas, importantes à maturidade cognitiva da criança pequena.
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