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O menino Heitor Ledo Rocha Brandão, de 5 anos, saiu pela
primeira vez do Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia, após a cirurgia em
que foi separado do irmão siamês. Na quinta-feira (6), Heitor deixou a
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para ir a uma clínica especializada, também
na capital. Ele retornou ao HMI após aproximadamente duas horas. As informações são do portal G1.
Segundo boletim médico divulgado pelo hospital no fim da
tarde, o garoto permanecia em estado grave, porém estável. O paciente respira
com auxílio de oxigênio inalatório, não apresenta febre e se alimenta por dieta
líquida e pastosa via oral. A unidade não tem previsão de alta para Heitor.
A visita do garoto à clínica teve como objetivo a realização
de um tratamento que deve reforçar a cicatrização da cirurgia. Nas redes
sociais, o pai do menino, o professor Delson Brandão, postou fotos de Heitor em
uma câmara de oxigênio.
Separação
A cirurgia de separação de Heitor e o irmão Arthur Brandão ocorreu no dia 24 de
fevereiro e durou cerca de 15 horas. Arthur morreu três dias depois, após
sofrer duas paradas cardíacas.
Os gêmeos eram unidos pelo tórax, abdômen e bacia,
compartilhando o fígado e genitália. Desde que nasceram, eles eram preparados
para a cirurgia de separação. Os siameses passaram por 15 procedimentos
cirúrgicos, entre eles alguns para implantação de expansores no corpo para que
tivessem pele suficiente para a separação. Os meninos só alcançaram as
condições necessárias para a cirurgia neste ano.
Segundo o pai dos gêmeos afirmou na segunda-feira (2), o
filho sobrevivente não perguntou mais do irmão após sua morte. Em um texto
postado em uma rede social, ele diz acreditar que o filho "sabe ou
sente" que o irmão não está mais ali e que só vai contar o que ocorreu
quando Heitor questionar onde está o irmão.
Caso
Natural de Riacho de Santana, cidade do interior da Bahia, a mãe dos siameses
veio a Goiânia um mês antes do nascimento dos filhos para que eles tivessem
acompanhamento desde o parto, em maio de 2009. Após o nascimento, ela voltou
para a terra natal por um período e, desde 2010, mora em Goiânia com os siameses.
O marido e a filha mais velha, de 7 anos, continuaram no Nordeste.
Antes da cirurgia, Eliana afirmou que, apesar das restrições
físicas, os filhos não possuíam nenhum problema cognitivo. Com personalidades
“totalmente diferentes”, os gêmeos sonhavam com a cirurgia, segundo a mãe.
"Eles querem se separar, não querem desistir porque sabem que vão ter
liberdade, uma independência maior, poder ir sem precisar da permissão do
outro", disse a mãe antes do procedimento.
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