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A maioria das mulheres continua ganhando menos do que os
homens no mercado de trabalho, mas, pela primeira vez, no ano passado, a mão de
obra feminina teve uma valorização superior, na região metropolitana de São
Paulo. O ganho por hora trabalhada aumentou 5,3%, passando de R$ R$ 9,31 para
R$ 9,80. Para os homens esse valor teve queda de 0,2%, caindo de R$ 12,07 para
R$ 12,04. Os dados são da pesquisa sobre a mulher no mercado de trabalho feita
em conjunto pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade)
e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese),
divulgada hoje (5).
A renda das mulheres atualmente é 81,04%. Em 2013 elas
ganhavam R$ 77,01% em relação ao homens. O rendimento médio real das mulheres
foi calculado em R$ 1.594,00 e dos homens R$ 2.215,00. A jornada semanal deles
é maior (43 horas) contra 38. Elas conseguiram melhoria de renda,
principalmente, na indústria (3,3%); no comércio (3,1%) e nos serviços (1,6%) e
obtiveram um crescimento acima do recebido pelos homens em áreas que até,
recentemente, eram mais masculinas entre as quais estão informática ;
atividades financeiras; seguros e serviços relacionados.
Segundo o levantamento, nem todas as trabalhadoras
conseguiram uma expansão da renda. As que atuam no setor público, tiveram um
recuo de 1,6% e as do setor privado, uma pequena elevação, de apenas 1,1%. O
segmento que fez a diferença foi a do grupo que trabalha por conta própria,
fornecendo os seus serviços ou produtos para empresas. Em média, essas mulheres
conseguiram um ganho 5,8% acima do obtido, em 2013. As autônomas que atendem,
diretamente, ao público, enfrentaram uma queda de 4,2%.
A taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho
ficou estável em 55,1%. No caso dos homens ocorreu ligeiro recuo, passando de
70,6% para 70,5%. O desemprego cresceu para ambos os sexos. A taxa é maior
entre as mulheres, tendo atingido 12,2% da População Economicamente Ativa (Pea)
contra 11,7%, em 2013. Com esse aumento foi interrompida a trajetória de queda
registrada desde 2004. A taxa de desemprego entre os homens passou de 9,2% para
9,6%.
De acordo a pesquisa, gradualmente, a taxa de desemprego
feminina vem se aproximando da masculina. A diferença era de cinco pontos
percentuais, em 1998, diminuindo para 3,9 pontos percentuais (pp), 2011 e 2,6
pp, no ano passado.
Em sua justificativa, a Fundação Seade e o Dieese apontam
para o fato de que as mulheres têm assumido cada vez mais o posto de chefes de
família, além de uma evolução na sua capacitação para a disputa de vagas com
mais escolaridade.
Quanto ao nível de ocupação, o saldo entre as contratações e
demissões foi negativo em 0,1% paras mulheres com um corte de 39 mil postos de
trabalho, o que reflete, principalmente, o desempenho na indústria de transformação
com queda de 1,6% e no comércio, reparação de veículos automotores e
motocicletas (-11,2%).
Essas retrações foram de alguma forma minimizadas por
ocupações em alta de 16,1% no segmento de construção; serviços (2,8%) e outras
atividades como, por exemplo, as relacionadas as artes, cultura, esporte e
recreação (3%).
Para os homens, o nível de emprego foi positivo em 0,7% com
maiores chances de trabalho nas atividades voltadas para as artes, cultura,
esporte e recreação (10,2%).
As condições de trabalho das assalariadas melhorou, com
aumento de 1,5% nos contratos com carteira assinada e uma redução de 6,5% nas
tarefas executadas sem carteira. Esse avanço foi observado, sobretudo, em razão
da presença maior no setor público, onde a ocupação da mão de obra feminina
cresceu 5,9%, enquanto a participação dos homens declinou em 1%.
A proporção de assalariadas com carteira assinada subiu de
50,3% (em 2013) para 51,1% (em 2014), no setor privado e de 10,2% (em 2013)
para 10,8% (em 2014), no setor público. A parcela que atua em empregos
domésticos caiu de 14% para 13,7%. O relatório destaca que esses cargos são
ocupados mais por mulheres de faixas etárias mais elevadas e com menor
escolaridade.
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