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Em meio a 99 interdições em rodovias federais brasileiras,
conforme balanço divulgado hoje (25) pela Polícia Rodoviária Federal (PRF),
governo, empresários e representantes dos caminhoneiros têm encontro marcado
para a tarde de hoje. O objetivo é tentar encontrar soluções para o problema
que prejudica o tráfego nas estradas e, consequentemente, o abastecimento de
combustíveis e alimentos em alguns pontos do país.
Presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros
(Abcam), José da Fonseca, informou que os tributos que incidem sobre o diesel
representam elevação de 70% nos custos do combustível. Ele acrescentou que não
há possibilidade de solução para a crise sem a redução desse percentual.
Fonseca lembrou que os maiores impactos sobre o diesel são
provocados pelo Programa de Integração Social (PIS) e pela Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (Confins).
A principal queixa dos manifestantes são os recentes
aumentos dos combustíveis, em especial do óleo diesel, mais usado para o
transporte de cargas. O aumento de R$ 0,15 por litro do diesel e de R$ 0,22 por
litro da gasolina, fixado no início do ano para garantir o aumento do superávit
primário do governo, foi repassado ao consumidor em 1º de fevereiro.
Segundo a entidade, ligada à Confederação Nacional do
Transporte (CNT), o novo valor representa aumento de 5,75% no preço do diesel
comum e de 5,43% no preço do diesel S-10.
“Há muito tempo estamos alertando o governo sobre a situação
do transporte rodoviário. Entregamos reivindicações, por meio das quais
informamos que, se não mexerem nos penduricalhos do óleo diesel, baixando ou
retirando tributos que incidem sobre ele, a situação sairia de controle. Como
eles não mexeram para garantir mais R$ 12 bilhões em arrecadação, deu no que
deu”, explicou.
“Agora vai fazer o quê? Tabelar o frete? Se fizerem isso,
será o fim”, afirmou José da Fonseca.
Dirigentes de sindicatos de caminhoneiros, da Confederação Nacional
dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL) e lideranças de
caminhoneiros autônomos de várias regiões do país estão em Brasília para uma
reunião, no Ministério dos Transportes, com autoridades do governo.
Segundo representantes da CNTTL, a proposta é discutir uma
pauta encaminhada pelos caminhoneiros no fim do ano passado, após o Encontro
Nacional dos Transportadores Autônomos, promovido pela entidade em novembro.
De acordo com o Ministério da Agricultura, ainda não há um
levantamento sobre as consequências das manifestações para o setor. Titular da
pasta, a Kátia Abreu está reunida com autoridades do governo para tratar deste
e de outros assuntos.
Pela manhã, dados da PRF indicavam 99 interdições nas
rodovias brasileiras. O estado com maior número de interdições é o Rio Grande
do Sul, com 36 pontos (BRs 101, 116, 153, 158, 285, 290, 293, 386, 392, 468,
470, e 472). Santa Catarina registra 22 pontos de interdição (BRs 282, 158,
163, 153, 470, 116, 101 e 280) e o Paraná mais 19 pontos (BRs 277, 369, 376,
373, 163, 158, 272, 467 e 277).
Foram contabilizadas quatro interdições no estado de Goiás
(BRs 153 e 364) e dez em Mato Grosso (BRs 364, 163 e 070). O Mato Grosso do Sul
registra uma interdição na BR-163. Os demais registros são uma interdição em
Minas Gerais (BR-365), quatro na Bahia (BRs 020, 242 e 116) e uma no Espírito
Santo (BR-262). No Ceará, apenas a BR-116 tem um ponto interditado.
No balanço divulgado há pouco, a PRF informa os pontos
exatos onde as manifestações estão ocorrendo. Para acessar o documento, clique aqui.
Responsável pela regulação das rodovias concedidas, a
Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) faz parte do grupo do governo
que estuda soluções para o problema. Segundo a assessoria da agência, entre as
concessões à iniciativa privada, apenas na Via Dutra – rodovia que liga o Rio
de Janeiro a São Paulo – ocorreu ontem uma rápida manifestação.
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