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Os vereadores em Pereira Barreto (SP) querem que o padre seja repreendido pelo bispo por causa dos comentários que ele faz durante as missas sobre a atuação dos políticos da cidade. Esses mesmos vereadores estão respondendo na Justiça por causa de funcionários fantasmas, descobertos na Câmara. As declarações do padre estão sendo o principal assunto na cidade. A maioria das pessoas está apoiando a atitude dele em falar das suspeitas de irregularidades na Câmara de Pereira Barreto. As informações são do portal G1/TV Tem.
Um grupo de moradores chegou a fazer uma carreata em apoio ao padre. "Acho legal ele comentar sobre política, porque o padre está lá para orientar os fiéis dele, se ele não fizer, quem irá fazer?", diz o mecânico Paulo Sérgio Rodrigues.
A polêmica começou depois de um comentário que o padre Max Pelarin Neto fez durante uma missa na igreja São Francisco Xavier. O representante da igreja teria dito que os vereadores da cidade são corruptos. O Ministério Público está investigando uma suposta fraude nos cartões de ponto dos assessores dos parlamentares.
Segundo a promotoria, 11 funcionários comissionados recebiam sem cumprir a jornada de trabalho. Uma das provas seria o livro de registro de ponto, onde o MP constatou a falta de fiscalização da frequência dos assessores. O diretor geral da Câmara, responsável por acompanhar o horário dos funcionários, foi afastado.
O padre confirma que falou sobre o assunto mais de uma vez nas missas que celebrou, mas diz que não citou nomes e nem acusou ninguém. "Hoje, me encontro com a consciência tranquila, minha função como pastor é saber ajudar e orientar a comunidade a tomar um posicionamento. Não incriminei ninguém, apenas citei a corrupção em Brasília e falei sobre o caso dos assessores fantasmas", afirma o padre.
Os comentários não agradaram a maioria dos vereadores, nove dos 11 parlamentares assinaram uma moção de repúdio encaminhada ao bispo responsável pela diocese. "Fomos chamados de desonestos, que existe corrupção na Cãmara, sem ter conhecimento do que está acontecendo. Usar um lugar de fé para falar o que foi falado, foi feito em um local impróprio e é dessa maneira que o poder Legislativo está encarando isso", afirma o presidente da Câmara Laerte Venâncio Alves.
O presidente da Câmara nega as irregularidades, mas o Ministério Público moveu uma ação contra os 11 vereadores, os 11 assessores exonerados e o diretor da Câmara por formação de quadrilha, falsidade ideológica e peculato, que é apropriação indevida de dinheiro público por servidores. O bispo da diocese de Jales (SP), Dom Luiz Demétrio Valetin, disse que já recebeu a moção de repúdio da Câmara, mas que ainda não conversou com o padre que está de férias.
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