A Justiça decretou a prisão
preventiva do delegado Nivaldo Martins Coelho, que atua em Penápolis e
Birigui. Ele está em um presídio da Polícia Civil, em São Paulo, desde o dia
21, quando foi detido temporariamente durante operação do Gaeco (Grupo de
Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público de
Araçatuba. A informação foi divulgada na tarde desta quarta-feira (26) pelo
promotor Gabriel Marson Junqueira, um dos responsáveis pelas investigações.
Coelho é acusado de 22 crimes, entre eles, corrupção passiva (suborno),
peculato (desvio de dinheiro público por servidor), adulteração de sinal
(placa, chassi e documentação) de veículo automotor, falsidade ideológica
(forjar depoimentos), violação de sigilo profissional (manter contato com
criminosos), favorecimento pessoal (aproveitar a função para receber vantagens),
advocacia administrativa (se aproveitar da posição para defender interesses
particulares) e formação de quadrilha. Com a preventiva decretada, ele
permanecerá preso até a conclusão do processo.
Além do delegado, três pessoas estão envolvidas nos crimes, segundo
Junqueira. O promotor não divulgou nomes e informou apenas que eles estão ajudando nas
investigações e responderão em liberdade.
HABEAS CORPUS
O promotor acrescentou que o advogado do delegado entrou com pedido de habeas
corpus no TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), o que foi negado.
Com a nova determinação da Justiça, Coelho, que permanece detido em uma
penitenciária da Polícia Civil em São Paulo, tem o prazo de 15 dias para
apresentar defesa à denúncia em que está sendo acusado.
Se Coelho for condenado em qualquer um dos crimes, poderá perder o cargo. Ele é
delegado de classe especial, o mais alto nível da carreira. Como ele estava de
férias quando foi detido, Birigui passou a ser respondida por Marcelo Curi,
enquanto que a cadeia de Penápolis está a cargo do delegado Jovair Marcos
Gruppo.
INVESTIGAÇÕES
Junqueira informou que várias pessoas já foram ouvidas, sendo que uma
delas confirmou a existência do esquema. Além do delegado, outras três estão
envolvidas no crime, porém irão responder o processo em liberdade. Destas, duas
assinaram um termo de delação premiada, que é um benefício legal concedido a
pessoa que aceite colaborar na
investigação.
"Os nomes estamos mantendo em sigilo, porém eles confirmaram os dados que
já havíamos apurado e estão trazendo informações a respeito de novos esquemas
que ocorriam dentro do Ciretran de Penápolis no período em que o delegado
esteve à frente de 2007 a maio deste ano", disse o promotor.
Acusado de 22 crimes, delegado tem prisão decretada
Acusado de 22 crimes, delegado tem prisão decretada
