Em
moção de repúdio divulgada neste domingo (3), promotores de Justiça de todo o
país alegam "aumento significativo" no número de casos de exploração
sexual de crianças no Brasil. Eles destacam que as denúncias de crimes dessa
natureza recebidas pelo Disque 100 aumentaram durante o período da Copa do
Mundo (12 de junho a 13 de julho). O número saltou de 524, de 12 de junho a 13
de julho do ano passado para 740 no mesmo período deste ano.
A
moção, apresentada durante encontro de promotores em Brasília, diz. que embora
pontos de maior vulnerabilidade infantojuvenil tenham sido detectados pela Rede
de Proteção, como praias do Nordeste, Porto de Manaus, rodovias federais e
grandes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro Natal, o país está longe do
fim da erradicação da prática do crime de estupro de vulnerável, com
favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança
ou adolescente ou de vulnerável.
Em
Andradina não é diferente. A delegada titular da DDM (Delegacia de Defesa da
Mulher), Larissa Nakaya Macchi, informou que os casos de estupros na sua
lotação estão acima da média e destacou a necessidade de uma equipe
multidisciplinar para a solução dos casos, especialmente envolvendo crianças
menores.
No
texto, os promotores repudiam "todo e qualquer ato de violência ou
exploração sexual contra crianças e adolescentes" e pedem que as
autoridades constituídas e a sociedade civil "unam esforços a fim de
proteger as crianças e adolescentes que se encontram em território brasileiro
de toda forma de exploração, violência, crueldade e opressão".
A
moção foi divulgada no 1º Congresso Nacional dos Membros do Ministério Público
da Infância e da Juventude, realizado em Brasília neste fim de semana. No
encontro, os promotores reforçaram a campanha pela denúncia de violações e
vestiram camisetas com os dizeres: "Exploração sexual de crianças e
adolescentes é crime hediondo. Lei 121.978, de 21 de maio de 2014. Denuncie.
Disque 100. Faça sua parte".
A
mobilização da sociedade é fator importante para acabar com a exploração sexual
de menores, disse o promotor de Justiça do Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios, Renato Barão Baralda. "Muitos dos casos acontecem
na família, dentro das casas. É preciso que a sociedade seja sensibilizada e
não aceite esse tipo de violência", afirmou.