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A
vida proporciona desafios que exigem determinação e superação do ser humano
para superá-los. Apaixonado por futebol, o lateral-direito do CRB, Paulo
Sérgio, tinha dificuldades para jogar bola. O
Atleta andradinense foi destaque o Globo Esporte de Alagoas.
Criado
em Andradina, ele vem de uma família humilde e precisava trabalhar na roça para
ajudar no sustento da própria família.
Filho
de seu Acácio e dona Aracir Rocha, o jogador se aproximou do futebol através do
campo de barro na cidade natal. A regalia, entretanto, só era concedida apenas
uma vez por semana.
-
O único dia que meu pai nos liberava para jogar bola era no domingo. De segunda
a sábado tínhamos que trabalhar em beneficio da gente mesmo. Plantávamos arroz,
feijão, para nossa própria alimentação. Somos 14 irmãos, então a família era
grande - contou.
A
diversão era garantida, mas, por vezes, interrompida pelos pedidos de seu
Acácio.
-
Quando chegava no domingo, que eu ia jogar minha bolinha, meu pai falava que eu
tinha que pastorar o gado, porque às vezes o pasto estava seco, daí eu tinha
que pastorar o gado na estrada para no outro dia o leite render. Aquilo me dava
uma revolta, eu começava a chorar e até falava coisas que não deveria falar.
Pedia que as vacas morressem para que eu pudesse jogar bola. Era momento de
raiva naquele momento - lembrou Paulo Sérgio.
A
raiva deu lugar a saudade. Quis o destino que o pai do jogador deixasse a vida
mais cedo e abrisse a brecha do sonho daquele menino de jogar futebol.
-
Meu pai foi um homem que deixou os filhos criados, grande homem na minha vida,
levo ele sempre comigo. Infelizmente teve de acontecer dele falecer para que eu
pudesse dar início na minha carreira no futebol. Com certeza ele está me
olhando lá de cima e tem me abençoado aqui embaixo - revelou o atleta, dizendo
que tem uma saúde financeira suficiente para sustentar a família em caso de
aposentadoria.
-
Para a minha felicidade, estou há 15 anos no futebol, sou um cara privilegiado,
abençoado por Deus. Tudo que eu tenho é graças ao futebol. Ajudei meus irmãos,
tenho minha família bem sucedida. Se eu precisar parar de jogar amanhã, com
certeza posso me manter com o que conquistei no futebol.
Esse
legado citado por Paulo Sérgio começou no final da década de 1990, depois de um
torneio amador no Mato Grosso do Sul.
-
Primeiro fui para um time amador no Mato Grosso do Sul. O treinador lá foi
contratado pelo Marcílio Dias-SC e me levou para lá. Consequentemente, me
profissionalizei lá, fui direto para o profissional. Não tive base. Joguei dois
anos lá, fomos campeões da segunda divisão e depois disputamos a primeira. Fui
para o Avaí, depois Figueirense, onde fiquei por quatro anos, Noroeste, São
Caetano, Palmeiras, Grêmio, Vasco, Portuguesa, Americana, que era o
Guaratinguetá, Ceará e agora o CRB - contou nos dedos.
A
experiência no mundo da bola faz com que o "Tio", apelido dado pelos
companheiros, auxilie e oriente os jogadores mais jovens, que ainda buscam o
sonho de ter sucesso no futebol.
- Sempre
estou passando isso para os mais novos, que na nossa vida é tudo passageiro,
aproveitem enquanto são jovens, porque o tempo no futebol passa muito rápido -
aconselhou o jogador, que espera conquistar o acesso para a Série B, jogar a
próxima temporada vestindo vermelho e branco e encerrar a carreira profissional
no Clube de Regatas Brasil.
E
é no CRB que Paulo tem conquistado o "ganha pão". A experiência da
roça, quando tinha que carregar sacos de arroz e feijão, colher algodão,
pastorar o gado e fazer muitos outros serviços típicos do interior, deu
vantagens ao jogador Paulo Sérgio. Com 35 anos, ele é a opção número um do
técnico Ademir Fonseca na lateral-direita do Galo.
-
Hoje estou fazendo uma coisa que gosto, cuida da minha saúde e faço com prazer.
Estou com 35 anos, mas me cuido fora do campo. Gosto de tomar minha cervejinha,
também sou filho de Deus, mas sei que tudo tem sua hora. A hora que eu tenho
que trabalhar, disputar as competições, ainda mais hoje que o futebol exige
demais da parte física, se você não estiver bem fisicamente, dificilmente você
aguenta, ou tem uma lesão no decorrer da competição. Eu tenho essa felicidade
de poder ter a consciência que eu preciso estar fazendo os trabalhos que o
professor passa pra mim - reconheceu.
O
professor citado por ele é o auxiliar técnico Willander Fonseca. Segundo o
jogador, o membro da comissão técnica tem o ajudado muito com orientações e
recomendações de trabalhos físicos.
-
Desde que ele esteve aqui, quando fomos bicampeões estadual, ele passava um
trabalho na academia e isso me ajudou muito. Eu sempre acabo os jogos como se
estivesse no começo deles. Tenho que agradecer ao Willander Fonseca, tem me
ajudado muito - agradeceu.
Jogando
no Regatas desde a temporada passada, Paulo Sérgio passou por altos e baixos.
Foi campeão alagoano em 2013 e expulso logo no início da partida contra o
Ceará, pela Copa do Nordeste deste ano. A expulsão precoce contribuiu para o
resultado do placar: 5 a 0.
-
Aquele momento já esqueci. Acho que o torcedor ficou chateado, eu mesmo fiquei
chateado comigo mesmo, não sabia o que estava acontecendo, ser expulso da forma
que fui. Depois não nos classificamos e ficou a frustração dos torcedores com a
minha pessoa. Mas sou um cara maduro e experiente para esse tipo de situação.
Já passei por isso no Figueirense, onde fiquei quatro anos e graças a Deus só
consegui títulos lá. Em todo lugar tem essas dificuldades, temos que saber passar
por cima delas - analisou.
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