A velocidade
do trem que descarrilou em São José do Rio Preto (SP) no fim do ano passado foi
a principal causadora da tragédia. Esta é a definição do laudo da Agência
Nacional de Transportes Terrestres, entregue à Polícia Federal. O coordenador
de fiscalização da ANTT, Nelson Miguel Marinho, prestou depoimento nesta
terça-feira (24). As informações são
do portal G1/TV Tem.
O
acidente matou oito pessoas e feriu outras cinco em novembro de 2013, quando
vagões carregados com soja descarrilaram e invadiram três casas no bairro
Jardim Conceição. Entre os mortos, havia duas crianças. Dias depois do
ocorrido, policiais federais e técnicos do Instituto de Criminalística
realizaram testes de resistência na linha férrea e não encontraram nada. O
resultado, problema de infraestrutura no local, é o mesmo do laudo da América
Latina Logística (ALL), divulgado com exclusividade pela reportagem da TV TEM.
Segundo
o delegado que cuida do inquérito, o fiscal da ANTT deixou claro que as
depressões no solo, provocadas por infiltrações de água de chuva e esgoto, não
causariam o acidente se a composição estivesse na velocidade obrigatória do
trecho, que é de 25 quilômetros por hora. Os laudos da perícia indicaram que o
trem estava a 44 quilômetros por hora no momento do acidente.
O
inquérito federal segue e mais pessoas serão ouvidas, inclusive o maquinista.
Em nota, a América Latina Logística informou que até o momento não teve
conhecimento do depoimento referido e afirma que a composição transitava dentro
dos limites de velocidade do trecho.
Em
relação aos problemas levantados pela própria ANTT durante inspeção no trecho,
a concessionária disse que todos foram sanados dentro do prazo estabelecido e
que no local do acidente nenhum apontamento foi indicado.
Relembre
o caso
Nove
composições carregadas com milho descarrilaram por volta das 17h do domingo, 24
de novembro, no Jardim Conceição, em Rio Preto, atingindo duas casas e afetando
outras duas. Foram confirmadas oito mortes, entre os mortos duas crianças (de 2
e 6 anos), quatro mulheres e dois homens. Outras sete pessoas foram socorridas
pelas equipes de resgate do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento
Médico de Urgência (Samu) e encaminhadas para o Hospital de Base e a Santa Casa
da cidade.
Em
nota ao G1, na época, a ALL disse que
"a concessionária responsável pela operação no trecho lamenta
profundamente a fatalidade ocorrida e se solidariza às famílias e vitimas, a
quem dará todo suporte e apoio. Por meio do centro que controla remotamente,
via satélite, toda a operação, a empresa confirmou que a composição transitava
dentro dos limites de velocidade do trecho. As causas do acidente serão
investigadas por meio de sindicância".