Prefeitura e ALL podem responder criminalmente por descarrilamento em Rio Preto

Prefeitura e ALL podem responder criminalmente por descarrilamento em Rio Preto

Prefeitura e ALL podem responder criminalmente por descarrilamento em Rio Preto - Foto: Divulgação Polícia Militar
Foto: Divulgação Polícia Militar
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O delegado da Polícia Civil, Laércio Ceneviva Filho, que cuida do inquérito sobre o descarrilamento de São José do Rio Preto (SP) que matou oito pessoas em novembro do ano passado, se manifestou pela primeira vez depois que recebeu o laudo da Perícia. Dependo das respostas de ALL e prefeitura da cidade, sobre a responsabilidade pelas infiltrações debaixo do trilho do trem, as duas podem responder criminalmente pela morte das oito pessoas. As informações são do portal G1/TV Tem.

 

Segundo Ceneviva, o laudo aponta o que houve realmente. “O laudo da Perícia Técnica indica infiltração de água decorrente das águas fluviais e vazamentos de esgoto que se acumularam debaixo da via férrea e ocasionaram uma deformação dos trilhos externos, justamente na curva onde se deu o descarrilamento”, explica.

 

Com isso, a polícia pretende identificar e punir os responsáveis. "Após análise do laudo, nós deliberamos para encaminhamento de ofício à ALL requisitando informações em 15 dias sobre as vistorias e manutenções na via, se foi detectada essa deformação no trilho, bem como o acúmulo de águas fluviais e também se eles comunicaram a prefeitura ou o Semae para proceder a drenagem. Também oficiamos o Semae requisitando essas mesmas informações no prazo de 15 dias, ou seja, se eles foram instados pela ALL para tomar previdência em relação à drenagem”, afirma o delegado.

 

Segundo Ceneviva, o responsável vai responder por homicídio culposo. “Nós vamos apurar eventual responsabilidade por negligência, o que poderá ocasionar o indiciamento do responsável pelo delito de homicídio culposo, sem intenção de matar, mas, o agente agiu com imprudência. Houve uma omissão e ela será identificada e responsabilizada criminalmente”, finaliza.

 

Em nota, a prefeitura de Rio Preto disse que a responsabilidade de verificar o problema seria da Agência Nacional de Transportes Terrestres e, se tivesse sido acionada, corrigiria as infiltrações. O ANTT e a ALL não responderam aos questionamentos do Tem Notícias.

 

177 páginas de laudo
O laudo que aponta as falhas no descarrilamento foi encaminhado às polícias Federal e Civil para serem analisados. Em 177 páginas, o Instituto de Criminalística detalha a deformação dos trilhos no trecho que passa pelo Jardim Conceição, onde aconteceu a tragédia. Em dezenas de fotografias, os peritos apontam que infiltrações no solo tiraram o suporte de terra debaixo da linha férrea, por onde passam milhares de toneladas de carga em cada composição. As infiltrações teriam duas origens: a falta de drenagem de água de chuva na rua que fica ao lado da linha, e vazamentos da tubulação de esgoto, trabalho que seriam da prefeitura e do Semae.

 

Mas de acordo com o laudo do IC, a concessionária que administra a linha férrea, a ALL (América Latina Logística) também tem uma parcela de responsabilidade. A empresa, segundo o laudo, tem que monitorar as condições da via, e se observar qualquer problema que interfira na segurança da malha tem que comunicar aos órgãos competentes.

 

Portanto, nesse caso, se ela deixou de fazer isso, foi omissa, e de certa forma também contribuiu para que o acidente acontecesse. Agora se ela fez a notificação, entende-se que a culpa é apenas do poder público.

 

Depois do acidente, por determinação da ANTT, Agência Nacional de Transportes Terrestres, a ALL e prefeitura fizeram várias adaptações no local e foram construídos muros e caixas de contenção de água.

 

Relembre o caso
Nove composições carregadas com milho descarrilaram por volta das 17h do domingo, 24 de novembro, no Jardim Conceição, em Rio Preto, atingindo duas casas e afetando outras duas. Foram confirmadas oito mortes, entre os mortos duas crianças (de 2 e 6 anos), quatro mulheres e dois homens. Outras sete pessoas foram socorridas pelas equipes de resgate do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e encaminhadas para o Hospital de Base e a Santa Casa da cidade.

 

Em nota ao G1, na época, a ALL disse que  "a concessionária responsável pela operação no trecho lamenta profundamente a fatalidade ocorrida e se solidariza às famílias e vitimas, a quem dará todo suporte e apoio. Por meio do centro que controla remotamente, via satélite, toda a operação, a empresa confirmou que a composição transitava dentro dos limites de velocidade do trecho. As causas do acidente serão investigadas por meio de sindicância".

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