Em cada 10 casos de leishmaniose em SP, um é da região de Araçatuba
Em cada 10 casos de leishmaniose em SP, um é da região de Araçatuba

Cães são hospedeiros da leishmaniose, quando picado pelo mosquito palha (Foto: Reprodução/ TV TEM)
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Uma
doença que vem avançando na região de Araçatuba (SP) é a leishmaniose. Neste
ano, a cada 10 casos em humanos confirmados no Estado de São Paulo, um é da
região. No ano passado foram 19 casos e três mortes e em Araçatuba, duas
crianças pegaram a doença neste mês. As
informações são do portal G1/TV Tem.
No
bairro Pinheiros, na zona leste de Araçatuba, mora uma das crianças infectadas.
É um menino de 6 anos, que chegou a ser internado na Santa Casa, reagiu bem aos
antibióticos e já recebeu alta. A notícia de que a doença foi registrada na
região preocupa os moradores.
Outro
caso registrado neste ano é de uma criança ainda mais nova: um bebê de apenas
um ano, morador do bairro Jardim do Prado. Ele também está fora de perigo e
quem mora por perto está redobrando os cuidados para tentar evitar a
proliferação do mosquito.
Araçatuba
não é a única cidade da região a registrar casos de leishmaniose este ano. Em
Votuporanga (SP), um homem morreu por causa da doença. A vítima, de 87 anos,
fazia tratamento contra o câncer, mas a leishmaniose agravou o quadro de saúde
do aposentado. A morte foi registrada no dia 28 de abril, mas a confirmação do
diagnóstico só foi divulgada na última semana. No ano passado, Votuporanga
registrou 21 casos da doença em humanos e quatro mortes.
A
leishmaniose é causada por um protozoário chamado leishmania, que se desenvolve
no organismo de mamíferos, principalmente cães. É o mosquito palha - comum na
região, que transmite a doença de um ponto ao outro. Ele se multiplica em
material orgânico em decomposição como folhas de árvores, lixo e fezes de
animais. “A doença está relacionada com lixo, sujeira, falta de higiene em
terrenos, praças públicas. O inseto, quando contaminado, transmite doença para
homens e cachorros, que se tornam reservatório da doença”, afirma o
infectologista Fábio Bombarda.
O
tratamento da leishmaniose em cães é um assunto que divide a opinião dos
especialistas. A maioria defende que o animal precisa ser sacrificado, já que
continuaria transmitindo a doença, mas, há pesquisadores que garantem que, se
medicado corretamente, o animal deixa de ser um perigo para a saúde da
população.
Nos
centros de zoonoses dos municípios é possível fazer os exames para confirmar a
doença, caso haja suspeita. “A gente coleta sangue dos animais na rua e fazemos
dois exames para confirmar a doença, se confirmada, a gente emite um laudo e o
dono do animal tem 30 dais para fazer exame de contra prova. Caso não faça, a
gente sugere que ele entregue o animal para a gente”, afirma o veterinário
Rafael Silva Cipriano.
O
sintoma da leishmaniose em humanos é febre, fraqueza e sangramentos na boca e
no intestino. A leishmaniose tem cura e quanto mais cedo é feito o diagnóstico,
maiores as chances de recuperação.