Racismo: 'Não esperava tanta repercussão', afirma Daniel

Racismo: 'Não esperava tanta repercussão', afirma Daniel

Daniel Alves comeu a banana e seguiu a partida normalmente (Reprodução)
Daniel Alves comeu a banana e seguiu a partida normalmente (Reprodução)

Depois de ganhar o apoio de jogadores, celebridades e até da presidente Dilma Rousseff, o lateral direito Daniel Alves admitiu ter ficado surpreso com a repercussão de sua atitude na vitória do Barcelona sobre o Villarreal, no domingo, por 3 a 2, pelo Campeonato Espanhol. A torcida adversária atirou uma banana em sua direção quando Daniel Alves se preparava para bater um escanteio. Em resposta, o lateral brasileiro pegou a fruta, a comeu e continuou a partida normalmente. “Não sabia que um ato espontâneo produziria tanta repercussão. Fico feliz em poder contribuir nessa luta, estamos no século XXI e essas coisas não deveriam existir mais. Devemos combater com o nosso jeito brasileiro de ser, fazer com que os racistas se sintam envergonhados de certos tipos de atitudes”, disse o lateral nesta segunda-feira, em entrevista ao site da CB.


Nas redes sociais, Daniel Alves mostrou bom humor ao tratar do assunto. “Meu pai sempre me falava: filho come banana que evita cãibra (risos), como adivinharam isso?”. Ele também citou a campanha idealizada pelo companheiro de Barcelona, o atacante Neymar, que na noite de domingo manifestou sua indignação postando uma foto segurando uma banana ao lado de seu filho, Davi Lucca, com a hashtag #somostodosmacacos. "Meu Brasil Brasileiro, Verde, amarelo, preto, branco e vermelho. Somos um povo alegre com samba no pé, e é com alegria e ousadia que a gente tem que se manifestar. Olha a banana, olha o bananeiro... Sou baiano, sou brasileiro... Estamos mais fortes do que nunca, o sorriso é a nossa proteção, a música é a nossa espada... Nos vemos na Copa... Estamos juntos!", escreveu o lateral baiano em seu Instagram nesta segunda.


A CBF manifestou apoio ao jogador da seleção brasileira, provável titular da equipe de Luiz Felipe Scolari na Copa do Mundo. “Na primeira rodada do Campeonato Brasileiro deste ano, a CBF promoveu o início da campanha ‘Somos Iguais’. Em todos os jogos da abertura da competição, uma faixa foi estendida com o emblema da entidade em preto e branco. Nesta segunda é a vez da CBF se solidarizar com Daniel Alves e ratificar sua posição nesta luta. Cor não faz diferença! Somos iguais!”, diz nota divulgada pela entidade. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, também se manifestou na tarde desta segunda condenando as atitudes racistas e prometendo tolerância zero com a discriminação na Copa do Mundo. A presidente Dilma Rousseff já havia defendido, no Twitter, o uso da Copa do Mundo para promover uma campanha de combate ao racismo no futebol.


Punição - O Villarreal emitiu um comunicado nesta segunda-feira afirmando ter identificado o torcedor que atirou a banana em direção ao lateral Daniel Alves e que o acusado, um sócio do clube que não teve seu nome revelado, já foi punido – ele será proibido de voltar a entrar no estádio El Madrigal. “Graças às Forças de Seguranças e à inestimável colaboração da exemplar torcida amarela, o clube já identificou o autor”, disse o clube na nota. Além de Daniel Alves, outros brasileiros que atuam no futebol espanhol, como o zagueiro Paulão, do Bétis, o lateral Marcelo, do Real Madrid, e o próprio Neymar, já foram vítimas de provocações de cunho racista no país. O lateral da seleção disse no domingo que desde que chegou na Espanha, há onze anos, é alvo de ofensas desse tipo, e que é preciso "rir dos retardados" que agem dessa forma. A Federação Espanhola investigará o caso. 


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