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Johnny Depp deixa de lado as perucas e acessórios comuns em seus filmes dos últimos anos para estrelar Transcendance, um "thriller nanotecnológico e cerebral", segundo seus produtores. O ator, de 50 anos, visto em Piratas do Caribe, Alice no País das Maravilhas (2010) e O Cavaleiro Solitário (2013), agora encarna um cientista que passa a ter o cérebro guiado por um computador pouco antes de sua morte. Com inteligência humana, força digital e uma quase imortalidade, o personagem cai rapidamente na tentação de dominar o mundo, o que leva sua esposa, interpretada por Rebecca Hall, ao desespero.
Na apresentação do filme, que estreia nesta quinta-feira nos Estados Unidos e deve chegar aos cinemas brasileiros em 1º de maio, Depp foi extremamente simpático com a imprensa. Questionado sobre o possível interesse nas pesquisas sobre inteligência artificial, o ator foi irônico: "Como eu não tenho inteligência, a única coisa que posso esperar é adquirir de forma artificial ou superficial". Em seguida, em um tom mais sério, admitiu que "sempre é mais difícil interpretar um personagem próximo de você mesmo fisicamente".
Depp fez uma revelação a respeito de seus personagens quase sempre cercados de caracterizações estranhas: "Eu sempre tento me esconder, porque não suporto minha imagem", disse. Ele disse ter entendido que "não precisaria de cabelos rosa, um nariz de palhaço e sapatos de Ronald McDonald" para fazer Transcendance. "Acredito que é importante mudar e fazer com que as coisas sejam mais interessantes para o personagem”, completa.
Estreia na direção – O filme tem direção de Wally Pfister, em sua estreia como cineasta, depois de ter trabalhado como diretor de fotografia de Christopher Nolan nos três filmes de Batman e em A Origem, que lhe rendeu um Oscar em 2011. "O que me deu mais medo foi a escolha de um bom tema", disse Pfister. "Quando você toma uma decisão tão arriscada na vida tem que prestar muita atenção ao tema que deseja tratar e à história que vai contar".
Depp admitiu que não tem proximidade com o personagem que interpreta. "Há algo que não funciona comigo e a tecnologia", confessou com um sorriso. "Me sinto um idiota quando tento fazer algo com meus dedos", disse, enquanto simulava escrever algo com o telefone celular. "Então eu tento evitar o máximo possível. Para proteger meus dedos, obviamente", completou com outra risada.
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