Decisão da Justiça Federal autoriza tratamento de cães com leishmaniose

Decisão da Justiça Federal autoriza tratamento de cães com leishmaniose

Tratamento é defendido por veterinários. Foto: sxc
Tratamento é defendido por veterinários. Foto: sxc

Decisão do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) desta quarta-feira (16) derrubou a portaria do Ministério da Agricultura que proibia o tratamento de cães com leishmaniose visceral. A ação foi movida pela ONG (Organização Não Governamental) Abrigo dos Bichos e é válida para todo o País.

 

Por dois votos a um, o Tribunal autorizou o tratamento dos cães com o entendimento de que proibindo a utilização de medicamento humano para tratamento, automaticamente é incentivado o extermínio dos animais. Em Campo Grande, a polêmica reacendeu após o caso do cão Scooby, que sofreu maus tratos, teve a doença diagnosticada, foi tratado, depois voltou ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), de onde foi retirado ontem, pela Abrigo dos Bichos, graças a uma decisão da Justiça. Havia o temor de que ele fosse submetido a eutanásia. 

 

“A matança de animais é inconstitucional e vai contra as Leis de proteção ambiental, convenção de Bruxelas e todas as leis de preservação dos animais”, explicou o advogado responsável pelo processo que teve liminar deferida pela Justiça Federal, Wagner Leão.

 

À medida ainda cabe recurso junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) e STJ (Superior Tribunal de Justiça), que pode manter ou não a decisão da instância anterior, mas até um novo julgamento o tratamento está autorizado.

 

O tratamento é proibido pelo CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária), que inclusive pune os profissionais que o praticam, como a médica veterinária Sibele Cação que teve cassado o mandato de presidente do Conselho Regional. Sibele defende o procedimento com os animais, sendo uma das defensoras do tratamento do cão Scooby, símbolo da luta dos que defendem o fim da eutanásia dos cães contaminados.

 

Como a portaria não tem eficácia, os médicos veterinários que fizerem não podem ser punidos, mesmo em caso de derrubada da medida.

 

“Acho uma decisão lógica, de bom senso, até quando se fala do aspecto do equilíbrio ecológico porque exterminar uma raça por conta do fator econômico é um absurdo”, explicou. Ele lembrou ainda que o cão é somente mais um dos hospedeiros da leishmaniose. "Se o gado começar a ser responsável pela transmissão, vamos eliminar todo rebanho do Estado?", questionou.

 

O Tratamento

 

Conforme o médico Veterinário e professor de Andradina Fabio Nogueira, o tratamento é realizado no mundo todo, sendo que somente no Brasil o Ministério da Saúde preconiza o abate dos animais como forma de controle da doença. “Não existe nenhuma evidência científica de que matar os cães diminui a doença em humanos”, diz.

 

O veterinário disse ainda, em entrevista ao periódico Hojemais de Três Lagoas MS, que a Leishmaniose Humana e Canina é tratável, mas de difícil cura. “Existem doenças que tratamos, mas não curamos. O mais importante do tratamento em cães é o bloqueio da transmissão, com a redução maciça da carga parasitária e a melhora clínica do animal; isto pode ser conseguido em alguns animais”, ressaltou Fábio.

 

Ainda segundo Nogueira, diferentemente do que muita gente imagina, na Europa, dependendo do porte do animal, fica em torno de R$ 500,00 a R$ 600,00. “Talvez esse seja um preço alto para algumas pessoas, no entanto, é um preço a se pagar pela vida do seu melhor amigo”, finalizou o veterinário. 

 

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