Petrobras pede reajustes automáticos e periódicos de combustíveis

Petrobras pede reajustes automáticos e periódicos de combustíveis

O diretor financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, Almir Barbassa, confirmou nesta segunda-feira que a empresa pretende fazer mudanças na metodologia de reajustes de preços de combustíveis. A proposta foi aprovada pela diretoria da estatal. Com o anúncio, as ações da estatal subiam 6,87% por volta das 15h30 na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). No mesmo horário, o Ibovespa avançava 0,94%.


A Petrobras quer mais aderência dos preços dos combustíveis que vende no País aos valores praticados no mercado internacional, considerando que as importações de combustíveis se tornaram cada vez maiores. Se for aprovada, a metodologia permitirá reajustes automáticos conforme as periodicidade determinada pela nova fórmula e a variação de preços de petróleo e derivados no mercado internacional. Os reajustes, dessa forma, não vão demandar aprovação de diretoria para serem realizados, disse o diretor da Petrobras.


A nova metodologia terá foco nos valores praticados para gasolina e óleo diesel, combustíveis que têm mais peso tanto na receita da Petrobras quanto na inflação. Já produtos como nafta e querosene de aviação não deverão ser incluídos na nova metodologia, segundo Barbassa. "O que é relevante para a empresa são diesel e gasolina. Os demais têm influência menor na geração de caixa", disse, acrescentando que os dois derivados têm participação de cerca de 50% na receita da Petrobras.


A Petrobras costumava reajustar mensalmente os preços de produtos como nafta e querosene de aviação, pois o impacto desses combustíveis na inflação é bem menor que a importância da gasolina e do diesel. Barbassa confirmou que a Petrobras continuará usando a mesma metodologia para nafta e querosene de aviação, mas não informou se os reajustes continuam ocorrendo mensalmente, como vem ocorrendo nos últimos anos.


O Conselho da Petrobras, presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, preocupado com a inflação, pediu novas simulações e mais estudos sobre a metodologia de preços requerida pela diretoria da empresa. A nova fórmula vai dar previsibilidade de geração de caixa da companhia, como maneira também de reduzir sua alavancagem financeira, segundo Barbassa.


"Essa metodologia tem como principal produto a maior previsibilidade na geração de caixa da companhia e uma visão de que, com ela, haverá redução da alavancagem (uso de capitais de terceiros para investimento), com níveis aceitáveis", disse. De acordo com Barbassa, a nova metodologia de reajuste, caso aprovada, focada na "previsibilidade", foi elaborada para não prejudicar as metas previstas no plano de negócios da Petrobras.


Além da defasagem de preços, a alavancagem da estatal voltou a subir no terceiro trimestre. A relação dívida/patrimônio líquido subiu de 31%, em 31 de dezembro de 2012, para 36% em 30 de setembro, acima dos 35% considerados como teto desejável, disse Barbassa.


A presidente da companhia, Graça Foster pediu na última quarta-feira ao Conselho de Administração da companhia, presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para adequar os preços ao mercado. O colegiado pediu novos esclarecimentos, que devem ser apresentados em 22 de novembro.


Atualmente, para não impactar a inflação, a Petrobras assume a diferença entre o preço de importação de diesel e gasolina, mais alto, e o valor praticado no mercado local. Porém, ao arcar com esse custo, a companhia tem menos recursos para investir e menos capacidade de endividamento.

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