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O
empresário Eike Batista não é mais bilionário, segundo a Bloomberg, agência de
notícias que mede diariamente a variação do patrimônio dos homens mais ricos do
mundo.
Segundo
a empresa, Eike, que já chegou a possuir uma fortuna de R$ 70,3 bilhões em
março de 2012, acumulou pelo menos R$ 4,06 bilhões em dívidas pessoais. Hoje, o
empresário tem um patrimônio líquido de cerca de R$ 447,9 milhões.
De
acordo com a Bloomberg, Eike agora deve R$ 3,03 bilhões ao fundo Mubadala, de
Abu Dhabi, que fez uma restruturação dos R$ 4,06 bilhões de investimentos que
tinha no grupo EBX. As informações foram passadas à agência, sob condição de
anonimato, por três pessoas com conhecimento das negociações.
O
empresário passa por uma crise de credibilidade entre investidores nos últimos
meses devido à promessas não concretizadas. Suas seis empresas com capital
aberto na bolsa de valores chegaram a perder 92% de valor de mercado.
O
caso mais problemático é o da petroleira OGX, que suspendeu produção em poços e
tem alto endividamento. A companhia é investigada pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) por possíveis erros e omissões na comunicação com
investidores, o que provocou revolta entre acionistas minoritários.
No
ranking da revista 'Forbes', entretanto, o empresário continua a ser listado
como um dos cinco bilionários brasileiros, com uma fortuna de US$ 10,6 bilhões.
Apesar
do número da Bloomberg, a situação financeira de Eike ainda permitiria certos
luxos. Com os R$ 447,9 milhões que sobraram no bolso, o empresário poderia
comprar 21.990 veículos do modelo Uno Mille, o mais barato hoje no País. Se
decidisse manter o padrão dos tempos de bilionário, teria dinheiro suficiente
para levar para casa 320 Ferraris California. Ou poderia ter uma frota de 213
Mercedes-Benz SLR McLaren – o mesmo modelo estacionado na sala de sua mansão de
3.500 metros quadrados no bairro carioca do Jardim Botânico.
Mais
rico do mundo em 2015
Em
janeiro de 2012, Eike prometera em entrevista a uma rede de TV se tornar o
homem mais rico do mundo até 2015 ou, no máximo, 2016. Questionado se o prazo
era demasiado curto, respondeu:
“Você
acha rápido? É muito tempo".
O
declínio logo depois da promessa de passar para trás bilionários como o
mexicano Carlos Slim e o americano Bil Gates. A OGX, um dos principais
patrimônios do império X, tornou-se cada vez mais um peso morto. Em junho de
2012, as ações da petroleira chegaram a cair 25%; resultado de uma produção
abaixo do esperado pelo mercado.
Em
1º de julho de 2013, a OGX anunciou que quatro campos de exploração arrematados
pela empresa (Tubarão Azul, Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia) não
eram economicamente viáveis. A informação fez os papéis da empresa perderem
praticamente todo o seu valor em questão de dias.
A
desvalorização da petroleira afetou as outras empresas do império X. Algumas
delas, como o estaleiro OSX, tinham seu sucesso diretamente atrelado à OGX.
Outras, como a MMX, foram contaminadas pela perda de confiança do mercado na
capacidade empreendedora de Eike.
No
último dia 19, o empresário quebrou o silêncio em um artigo publicado nos
jornais 'Valor Econômico' e 'O Globo'. Nele, afirma ter sido o principal
prejudicado com o esfarelamento do império, e diz estar arrependido de ter
aberto o capital das empresas.
"Hoje,
se pudesse voltar no tempo, não teria recorrido ao mercado de ações. Eu teria
estruturado um private equity que me permitisse criar do zero e desenvolver ao
longo de pelo menos dez anos cada companhia. E todas permaneceriam fechadas até
que eu estivesse seguro de que havia chegado o momento de abrir o
capital", escreveu Eike. "Quem mais perdeu com a derrocada no valor
da OGX foi um acionista: Eike Batista. Ninguém perdeu tanto quanto eu, e é
justo que assim seja".
Mas
se o dia foi difícil para o prestígio do empresário, o mesmo não se pode dizer
sobre o desempenho de duas das suas principais empresas listadas na Bolsa. No
pregão desta quinta-feira (25), as ações da MMX tiveram a maior alta, de
11,25%. Já a OGX subiu 3,70%.
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