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A
duquesa de Cambridge, Kate Middleton, deu à luz na última segunda-feira (22),
em Londres. O bebê atraiu os holofotes da mídia internacional por ser o
terceiro na linha sucessória do trono inglês. Mas o que também chamou atenção
da imprensa foi a opção da duquesa pelo parto normal. Embora não recomendadas
pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as cesáreas ainda são feitas em maior
número no Brasil.
Segundo
o Ministério da Saúde, no Sistema Único de Saúde (SUS) os partos normais
correspondem a 63,2% dos partos realizados. Já na rede privada, a porcentagem
de partos normais chega a menos de 20%. Além do número representar a opção de
muitas mulheres, o dado também abrange gestantes que desejam um parto normal
mas encontram empecilhos por parte dos convênios.
O
elevado número de cesarianas coloca o Brasil na primeira posição deste tipo de
cirurgia. Na Inglaterra, país de Kate, 92% das mulheres fazem parto normal, na
França, cerca de 80% e, na Argentina, cerca de 78%. As porcentagens se
aproximam da recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo a
qual cesáreas não devem passar de 15% em um país.
Além
do medo da dor, da violência obstétrica e da possibilidade de o pai não poder
estar presente no momento do parto, a Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS) diz que o alto índice de cesáreas é motivado por fatores econômicos e
culturais, como mitos de que o bebê vai sofrer ou a mãe vai perder muito
sangue. Estas ideias contrastam com dados do Ministério da Saúde, que mostram
que as mulheres submetidas à cesariana têm 3,5 vezes mais probabilidade de
morrer e cinco vezes mais chances de ter infecção no aparelho genital depois do
parto. Além disso, a prática de agendamento do parto aumenta o risco de
nascerem bebês prematuros.
Para
a obstetra Rachel Reis, especialista em parto humanizado, o que falta para o
país sair da posição número um em cirurgias cesarianas é mais atenção nas
universidades. “A gente precisa mudar desde o ensino nas escolas de medicina,
incentivando mais o parto natural, o parto vaginal, o parto normal”. Segundo a
médica, o profissional tem que dar suporte para a paciente, para que ela vença
o medo.
O
parto normal pode significar menos dor do que a cesárea. Técnicas de
alongamento, massagens e caminhadas realizadas desde o pré-natal ajudam a
gestante a dar à luz com mais facilidade. Além destes recursos, a rápida
recuperação da mãe e a produção de hormônios que preparam o corpo mais
rapidamente para a amamentação são outras vantagens do parto escolhido por
Kate. “Os benefícios são inquestionáveis. Além da possibilidade de menor
sangramento e de infecções, a gente tem uma possibilidade de vínculo mãe/bebê
muito mais precoce, aleitamento materno facilitado, índice de depressão
pós-parto menor, fora a emoção de receber o seu bebê”, conclui Rachel.
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