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O
número de cirurgias plásticas em adolescentes entre 14 e 18 anos mais do que
dobrou em quatro anos - saltou de 37.740 procedimentos em 2008 para 91.100 em
2012 (141% a mais), segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
(SBCP). No mesmo período, o número total de plásticas em adultos subiu 38,6%
(saindo de 591.260 para 819.900 procedimentos) - o que significa que as
cirurgias no público jovem cresceram em um ritmo 3,5 vezes maior. Além de estar
num crescimento acelerado, a participação de jovens no total de cirurgias (911
mil procedimentos), também cresceu: saltou de 6% em 2008 para 10% em 2012.
O
Brasil é o segundo País do mundo em número de cirurgias plásticas - fica atrás
apenas dos Estados Unidos. A lipoaspiração é a cirurgia mais feita (foram 211
mil procedimentos só em 2011), seguida do implante de silicone nas mamas. A
regra vale tanto para adultos quanto para adolescentes. Nos meninos, os
procedimentos mais procurados são a ginecomastia (redução das mamas que crescem
demais) e a cirurgia para corrigir a orelha de abano.
Segundo
dados da SBCP, nessa época do ano - inverno associado às férias escolares - a
procura pelas cirurgias aumenta em média 60%. "Isso acontece porque o frio
torna o pós-operatório mais confortável, favorecendo a recuperação mais rápida.
Além disso, é recomendado não tomar sol após a cirurgia para evitar manchas",
diz o cirurgião Gustavo Tilmann.
De
acordo com o cirurgião José Horácio Aboudib, presidente da SBCP, não existe uma
norma que defina qual a idade mínima para se submeter à cirurgia plástica.
"Não há idade mínima, cada caso tem de ser avaliado separadamente. A idade
não é o mais importante. O mais importante é avaliar a evolução física do
paciente", diz.
Maturação
Segundo
Aboudib, há adolescentes com 14 anos que já possuem corpo biológico de adulto.
"O que temos de avaliar é o nível de crescimento e maturação de cada um.
Na menina, em geral isso acontece dois a três anos depois da primeira
menstruação. No menino é mais difícil definir o início da puberdade, por isso é
preciso avaliar cada caso."
Para
Maurício de Souza Lima, médico hebiatra (especializado no atendimento de
adolescentes) do Hospital Sírio-Libanês, a decisão de fazer plástica na
adolescência é polêmica.
"Nessa
idade, os jovens estão em fase de transformação, mas na maioria das vezes ainda
não é hora de mudar. Tem jovens que preferem uma cirurgia em vez de uma festa
de 15 anos. É um exagero", avalia. "O adolescente é muito imediatista
e isso inclui a ansiedade por mudanças no corpo", diz. As informações são
do jornal O Estado de S. Paulo.
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