Exposição Virtual mostra ocupação do Oeste Paulista

Exposição Virtual mostra ocupação do Oeste Paulista

Foto: Reprodução/Cartaz
Foto: Reprodução/Cartaz

A direção é uma só: Oeste. Mas os olhares possíveis, ao contar a história dessa região paulista, podem ser muito diversos. Isso fica demonstrado na exposição virtual  Oeste Paulista: Transformações, que entrou em cartaz no site do Arquivo Público do Estado de São Paulo (www.arquivoestado.sp.gov.br) no último dia 24 de junho, segunda-feira. Organizada pelo Núcleo de Ação Educativa da instituição, a mostra aborda a história por várias perspectivas: ambiental, econômica, social, governamental, do empreendedor e dos cidadãos.  Na sala final - Transformações, há um resumo da trajetória das cidades que surgiram nessa época, ou que receberam então um impulso decisivo para seu desenvolvimento: Andradina, Araçatuba, Araraquara, Assis, Bauru, Botucatu, Campinas, Jaú, Lins, Marília, Ourinhos, Penápolis, Presidente Epitácio, Presidente Prudente e Presidente Venceslau.


Campinas é do século XVIII, mas na época da “corrida” para o Oeste, em finais do século XIX, representava a última fronteira antes da vastidão de terras inexploradas do interior paulista. A região – como se vê  na sala Meio Ambiente – era quase que inteiramente coberta pela Mata Atlântica e banhada por vários rios, como o Tietê, Paraná, Paranapanema e Feio. Seus habitantes eram principalmente índios, muitas vezes de tribos isoladas, que nunca tinham tido contato com o homem branco. O transporte era difícil. Só começou  a melhorar nessa época, com a instalação de ferrovias.


Era a economia quem impulsionava a expansão para o Oeste – mais exatamente, a economia  cafeeira. A demanda crescente do produto na Europa e nos Estados Unidos pedia terras virgens para o cultivo, até porque outras regiões, como o Vale do Paraíba, já estavam esgotadas.  As terras – como é relatado na sala Economia – eram em grande parte devolutas, ou seja, sem proprietários registrados.  Após a abolição da escravatura, estava chegando ao país uma nova mão de obra, ansiosa por trabalho e oportunidades: os imigrantes. Toda essa conjunção de fatores determinou o rápido avanço dos agentes econômicos na região.


Do fazendeiro ao agronegócio

 

Devido ao seu acervo de documentos públicos, o Arquivo do Estado de São Paulo se encontra numa posição favorável para contar essa história. Entre os seus fundos, consta, por exemplo, o da Secretaria de Agricultura, Comércio e Obras Públicas, que teve papel fundamental nessa ocupação. A Secretaria promoveu a “importação”  de imigrantes, pagando sua passagem para o Brasil e estabelecendo-os em Núcleos Coloniais. Essa história pode ser contada através do Fundo da Secretaria,  que compreende documentos dos Núcleos e também documentação dos pró prios imigrantes, como fotos digitalizadas provenientes de documentos do Memorial do Imigrante (ver a página de Cidadãos e Sociedade).

 

Embora a exposição conte com vários documentos escritos da época, ela se apoiou bastante em fotos e mapas. Um acervo importante do Arquivo Público do Estado, que foi utilizado na exposição, é  da antiga Comissão Geográfica e Geológica, organizada em 1886. Sua missão era proceder ao levantamento geográfico, geológico e topográfico de São Paulo, já com vistas à exploração econômica desse território. Para tanto, organizou expedições que buscavam demarcar as fronteiras do Estado, utilizando principalmente os rios da região. No processo, fizeram também estudos sobre o clima, o solo e a vegetação, e produziram uma grande quantidade de mapas e fotos, que hoje estão sob a guarda do Arquivo; muitos deles são mostrados nessa exposição virtual, principalmente na sala de Governo.

 

Ao mesmo tempo em que recupera o passado, a exposição mostra como a região foi se modificando até chegar ao cenário econômico e social do Oeste Paulista de hoje. Como é demonstrado nas salas Economia e Empreendedores, o  fazendeiro cafeicultor, que representou a vanguarda da ocupação agrícola, foi sumindo de cena, prejudicado por sucessivas crises do mercado do café. A região se industrializou e se urbanizou rapidamente. Atualmente, predominam ali o agronegócio  e a economia de serviços.

 

Além de todos esses olhares diversos, a exposição virtual Oeste Paulista: Transformações  traz mudanças que devem facilitar a navegação do visitante.  Enquanto as mostras anteriores levavam o internauta ao local do acervo digitalizado onde estavam localizadas as imagens, dentro do site do Arquivo, nesta exposição as fotos são visualizadas imediatamente dentro da sala. A mostra também traz uma bibliografia para quem quiser se aprofundar no assunto, além de atividades pedagógicas voltadas para a sala de aula. Tudo isso dentro dos temas transversais estabelecidos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais.

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