A
estudante de enfermagem Rafaela Teixeira, 22, que caiu do camarote da
prefeitura na Festa do Peão de Americana (SP), na madrugada da última
quinta-feira (13), corre o risco de ficar paraplégica. As informações são do portal UOL.
A
jovem tropeçou em uma tábua solta e despencou cerca de quatro metros sobre
ferragens. Ela foi atendida pelo Corpo de Bombeiros e conduzida ao hospital
municipal de Americana, onde foi constatada uma fratura na coluna. Rafaela
passou uma cirurgia que durou cerca de seis horas e permanece internada sem
previsão de alta.
"Estou
indignada. Por ser um camarote, teria que ter mais segurança, mas faltava até
iluminação na escada, o que facilita que as pessoas caiam. Depois de meia hora
que eu já tinha caído, colocaram uma grade de segurança no local, mas já era
tarde", disse a jovem, em entrevista ao jornal "TodoDia", que circula
na região de Campinas.
Segundo
relatos de amigos de Rafaela que conversaram com o médico responsável pelo
tratamento, a estudante deve ainda ficar pelo menos quatro meses na cadeira de
rodas, caso consiga evitar a paraplegia.
"Ela
contou para mim que tropeçou e foi tentar segurar em uma cortina, achando que
era uma parede, mas não tinha nada e caiu de uma altura de quatro metros. Ali
não era para ter cortina, mas uma grade de proteção", afirma Taiane Paião
Paracampos, 18, amiga da jovem.
Até
a noite desta sexta-feira (15), nenhum Boletim de Ocorrência havia sido
registrado, mas o pai da estudante, o ex-cabo da Polícia Militar Irineu
Teixeira, adiantou que a família pretende processar os organizadores da festa.
"Eu
estou indignado porque só aconteceu por falta de segurança. Estou tentando
buscar informações com os bombeiros que a socorreram para abrir um
processo", disse Teixeira.
Outro
lado: advogado fala em "fatalidade"
O UOL tentou
contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Americana, mas não obteve
retorno até o fechamento desta reportagem.
O
advogado do CCA (Clube dos Cavaleiros de Americana), que organiza a festa, José
Antônio Frazin, mas ele não foi localizado para comentar o caso.
Em
entrevista ao jornal "TodoDia", no entanto, o advogado se pronunciou
sobre o ocorrido e disse tratar-se de uma "fatalidade". Frazin disse
que o clube está com todos os alvarás de funcionamento em dia.
"Todos
os laudos estão OK. Quanto a isso estamos muito tranquilos", afirmou o
representante, que disse também que o clube irá acatar qualquer decisão
judicial sobre o caso.
Sobre
o fato de nenhuma ocorrência ter sido registrada momentos após o acidente
Frazin disse que a organização priorizou o atendimento à jovem.
"Na
hora, tratou-se de socorrê-la, e o BO é uma providência que pode ser feita em
outra hora. O pai da garota, ao que parece, fará isso na segunda-feira",
afirmou.
A
Polícia Civil de Americana também foi procurada para comentar as razões de o
caso não ter sido registrado logo após o ocorrido, bem como para saber se a
ação do CCA é permitida pela legislação, mas o responsável pelo policiamento da
Festa do Peão não foi encontrado.