Estudo mostra que lavoura de café está sumindo no noroeste paulista

Estudo mostra que lavoura de café está sumindo no noroeste paulista

Produtor afirma que não é mais rentável a produção do café (Foto: Reprodução / TV Tem)
Produtor afirma que não é mais rentável a produção do café (Foto: Reprodução / TV Tem)

O que já foi sinônimo de tradição e certeza de bons negócios, hoje está se tornando uma lembrança para muitos produtores. Um levantamento da Cati, Coordenadoria Técnica Integral, mostra que as lavouras de café estão desaparecendo na região noroeste paulista. As informações são do portal G1/TV Tem.

 

O engenheiro da Cati Andrey Vetorelli Borges explica que a queda na produção não deve parar. Em 1983 a região noroeste paulista produziu mais 2 milhões de sacas de café de 60 quilos. Em 2000, esse número já era bem inferior, 328 mil sacas. Em 2012 caiu ainda mais, para 124 mil sacas. “São vários fatores que influenciam, como o fator climático, a nossa região vem mudando o clima e está causando problemas na produção do café. Outro fator é o custo de produção e não tem mão de obra qualificada”, afirma.

 

Uma fazenda em Guapiaçu (SP) guarda um pouco da história de prosperidade do café. A tulha construída para armazenar milhares de sacas, ainda existe e atualmente virou depósito onde o produtor rural José Augusto Falcon coloca máquinas e equipamentos que quando o celeiro estava em pleno funcionamento, quem trabalhava no local nem sonhava com tanta modernidade.

 

O antigo terreiro está desaparecendo aos poucos. Um único pé de café, isolado, quase esquecido, sobreviveu e foi mantido para lembrar dos tempos que a área chegou a ter 10 mil iguais a ele e era uma das maiores produtoras da região noroeste paulista. “Dá saudade porque hoje você não vê o verde que tinha antes. Hoje tem o verde de cana, a gente sente saudade daqueles cafezais bonitos”, afirma.

 

Graças aos cafezais, José formou o filho zootecnista. Só que os tempos mudaram, outras lavouras se tornaram mais lucrativas  e no lugar da roça de café vieram a seringueira e a cana-de-açúcar. José então deu lugar ao filho, que hoje administra tudo. “A vida toma outros rumos e a gente tem de se adaptar ao progresso que vem vindo. Hoje é mais rentável a seringueira e a cana do que o café, que estávamos tendo prejuízo”, diz o zootecnista Leandro Falcon.

 

Segundo um levantamento da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo a década de 1970 foi uma das mais gloriosas do café no interior do estado. Na época a cultura era conhecida como "ouro verde". Hoje em dia é raridade encontrar plantações de café, na região de São José do Rio Preto (SP).  O que um dia foi símbolo de lucro e riqueza agora se tornou um hobby para alguns produtores.

 

É como o administrador Antônio Ferreira Lara define a pequena plantação de café. No passado os cafezais tomavam conta da fazenda e com o passar dos anos o alto custo da produção e o baixo valor para venda, desanimaram não só ele, mas muitos outros produtores no interior. Os 350 pés que ainda existem são apenas para não acabar com uma tradição que passou de pai para filho. “Nasci nesta fazenda e meu pai ficou muitos anos administrando. Quando vemos uma lavoura desta a gente volta ao tempo, e que torço para que volte, mas eu não aposto que volte”, diz o zootecnista Leandro Falcon.

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