Devem
começar a ser ouvidos nesta quarta-feira (10) em São José do Rio Preto (SP), os
presos da “Operação De Combate A Corrupção”, realizada em 12 estados.
Investigações dos ministérios Público Estadual e Federal apontaram um esquema
fraudulento de licitações envolvendo uma empreiteira deVotuporanga (SP).
No
total, foram apreendidos R$560 mil em dinheiro, 22 armas, além de documentos e
memórias de computadores. Todo o material estava na casa de empresários e
políticos da região noroeste paulista, mas principalmente numa empreiteira de
Votuporanga que é o principal alvo da operação. Dos 13 presos, 12 são
empresários e um servidor público, 10 estão em Rio Preto e começam a prestar
depoimento hoje. Também para esta quarta-feira está prevista a chegada dos outros
três investigados que foram detidos em São Paulo e Campos do Jordão.
Segundo
o procurador da República Thiago Lacerda Nobre, o esquema que desviava recursos
públicos por meio de licitações é uma das maiores fraudes do país. "A
quadrilha era altamente articulada e tinha livre acesso em todos os níveis
públicos. Posso dizer que esta foi uma das maiores fraudes no Brasil. Esquema
muito bem armado, que já vivia por muito tempo e que não tinha mais pudores em
fraudar as finanças públicas e desviar recursos", afirma o procurador da
República.
A
Operação Nacional contra a Corrupção foi deflagrada pelo Ministério Público, em
parceria com diversos órgãos, e deve cumprir mandados de prisão, de busca e
apreensão, de bloqueio de bens e de afastamento das funções públicas em pelo
menos 12 estados. O desvio de verbas públicas sob investigação ultrapassa R$
1,1 bilhão.
De
acordo com o balanço apresentado pelo delegado Cristiano da Pádua Silva, da
Polícia Federal em Jales (SP), pelo promotor de Justiça, João Santa Terra, e
pelo procurador da República em Jales, Thiago Lacerda Nobre, foram cumpridos
160 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal em Jales e
pela Justiça Estadual em Fernandópolis(SP). Foram acumuladas mais de 20 mil
folhas de documentos de licitações e convênios com fortes indícios de
irregularidades. Ao todo foram investigadas 78 cidades no noroeste paulista.
Segundo
Nobre, as empresas coligadas participavam juntas das licitações, principalmente
em obras do Ministério do Turismo e do Ministério de Cidades, como obras
em melhorias de asfalto, construção de praças, dentre outras. Como faziam parte
do mesmo grupo, elas definiam quem venceria o processo licitatório ou então as
empresas que desistiriam durante o processo e, com isso, superfaturar as obras.
A
Justiça deve ajuizar nos próximos dias as ações criminais e de improbidades
administrativas contra os acusados. As pessoas que estão detidas devem seguir
presas por cinco dias, o que pode ser prorrogado pelo mesmo período, tudo para
não atrapalhar as investigações.
As
empresas que faziam parte do grupo, segundo as investigações, começaram o
esquema por volta do ano de 2008 e participaram de licitações, em que juntas,
dariam cerca de R$ 1 bilhão em obras. De acordo com o procurador da República,
o cérebro das ações do grupo era no município de Votuporanga, mas atingia
cidades de todo o noroeste paulista e outras regiões do Estado de São Paulo.