O
goleiro Bruno, condenado a 22 anos e três meses de prisão pela morte de Eliza
Samudio, deve passar a cumprir pena em regime semiaberto em menos de três anos
--entre o fim de 2015 e início de 2016--, segundo o advogado criminalista Luiz
Flávio Gomes.
Bruno
foi condenado a cumprir 17 anos e sete meses de prisão em regime fechado. Ele
está preso preventivamente há dois anos e nove meses, e terá esse período
deduzido automaticamente da pena dele.
Como
o goleiro deve cumprir 40% da pena em regime fechado, ele teria que ficar preso
por mais cerca de três anos.
Os
trabalhos feitos por Bruno dentro da cadeia durante o período em que esteve
preso e o histórico de bom comportamento podem reduzir ainda mais o período na
penitenciária. Isso ocorre porque a cada três dias trabalhados, o condenado tem
um dia da pena descontado.
Luiz
Flávio Gomes disse que o goleiro deve cumprir mais um sexto da pena quando for
transferido para o regime semiaberto --cerca de dois anos. Dessa forma, Bruno
estaria livre em, no máximo, sete anos --aproximadamente em 2020.
O
promotor Henry Vasconcelos afirmou que está satisfeito com a condenação do
goleiro Bruno Fernandes de Souza, mas disse que vai recorrer da
decisão. "Não estou feliz porque uma pessoa morreu, mas estou
satisfeito", afirmou o promotor, que defende uma sentença de 26 a 28 anos
a Bruno.
O
advogado de defesa do goleiro Lúcio Adolfo da Silva também afirmou que vai
recorrer. Segundo ele, a sentença "não foi justa" porque o jogador
revelou mais sobre o caso do que seu ex-assessor Luiz Henrique Romão, o
Macarrão, e foi menos beneficiado. Macarrão foi condenado a 15 anos de prisão
em novembro do ano passado.
Bruno
era goleiro titular do Flamengo na época do crime, em 2010. Famoso e rico, o
ex-atleta disse que a ex-amante tentava extorquir dinheiro dele por conta de
estar grávida dele. Ele chegou a admitir durante o julgamento que sabia que
Eliza seria morta.
'TRAMA
DIABÓLICA'
Na
leitura da sentença, a juíza Marixa Rodrigues afirmou que Bruno
"demonstrou ser uma pessoa fria, violenta e dissimulada" e
acrescentou que a sociedade hoje reconheceu o envolvimento dele como mandante
na "trama diabólica".
A
sentença foi lida nas primeiras horas do Dia Internacional da Mulher. Nela, a
juíza destacou que "a supressão de um corpo humano é a verdadeira
violência que se faz com a matéria" e não concedeu a Bruno o mesmo
benefício dado a Macarrão, de redução de pena devido à confissão do crime. O
corpo de Eliza Samudio até hoje não foi localizado. O goleiro disse que o
ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola é o responsável pelo
assassinato da ex-amante.