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O
aposentado José Eusébio da Silva Filho, de 72 anos, aguarda há sete meses uma
cirurgia na próstata pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Piracicaba (SP). De
acordo com a esposa do idoso, Rosimeire Bicudo da Silva, a Prefeitura teria
informado que faltam urologistas na rede pública de saúde. A operação em uma
clínica particular custa R$ 15 mil e a família está disposta a se desfazer de
bens para bancar a operação.
O aposentado disse que ele e a esposa decidiram colocar à venda a chácara onde
moram há quatro anos, no bairro Nova Suíça. “Não tenho condições de bancar uma
cirurgia dessas com os R$ 1.300 que recebo de aposentadoria por mês. Enquanto
se preocupam com pontes e outras obras públicas, não estão nem aí para a saúde
pública”, desabafou.
O estado de saúde de Silva Filho, que era mecânico e se aposentou em 2012,
piorou desde os exames feitos no segundo semestre do ano passado. “Na ocasião
disseram que minha próstata estava com 27 centímetros de diâmetro e com nódulos
em volta. Falaram também que eu deveria fazer a cirurgia imediatamente. Hoje
mal consigo andar e para urinar é um suplício.”
“Gastamos R$ 1.500 para fazer todos os exames que pediram, inclusive o
pré-operatório. Meu marido fez desde exame de sangue até ultrassom. Fui no
começo do mês passado na Secretaria da Saúde e me disseram que não existem
profissionais para fazerem a cirurgia. É um absurdo”, disse a esposa do
aposentado.
MP
pode interferir
O representante do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
(Cremesp), Renato Françoso Filho, disse que o Ministério Público pode ser
acionado para apurar as responsabilidades sobre o caso. “Cabe uma ação do MP no
sentido de descobrir o que está acontecendo. O indivíduo não pode ser
penalizado por falhas na administração da saúde pública”, comentou.
Posição
da Prefeitura
A Prefeitura de Piracicaba, por meio da assessoria de imprensa da Secretaria da
Saúde, informou que foram realizadas 223 cirurgias urológicas em 2012 pelo
Ambulatório Médico de Especialidades (AME). Os atendimentos da especialidade
são realizados desde o ano passado por meio de mutirões, com uma média de 150
pacientes atendidos em cada evento. Números da fila de espera para atendimentos
na área, no entanto, não foram informados pelo Executivo.
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