Menor de idade que confessou disparo de sinalizador nega proteção a Gaviões

Menor de idade que confessou disparo de sinalizador nega proteção a Gaviões

Kevin Douglas Beltran Espada, torcedor do San José morto por um artefato explosivo no jogo contra o Corinthians. Foto: Reprodução/Facebook
Kevin Douglas Beltran Espada, torcedor do San José morto por um artefato explosivo no jogo contra o Corinthians. Foto: Reprodução/Facebook

O boliviano Kevin Douglas Beltran Espada, de 14 anos, morreu em Oruro (Bolívia) na última quarta-feira após ser atingido por um sinalizador atirado pela torcida corintiana, durante partida entre o time paulista e o San José pela Libertadores. Um jovem de 17 anos confessou ter feito o disparo e declarou neste domingo, em entrevista ao programa Fantástico , da TV Globo , que não está assumindo a autoria do disparo só para proteger um outro membro da Gaviões da Fiel, torcida organizada corintiana.

 

"Não, não protegi ninguém não. Eu só quero assumir meu erro, mesmo. Não é certo as pessoas pagarem por uma coisa que não fizeram. Se eu tivesse no lugar delas, também não queria pagar com uma coisa que eu não fiz e ficar preso injustamente", declarou o menor de idade, que revelou ter comprado o sinalizador na rua 25 de Março, em São Paulo.

 

O jovem corintiano disse que não teve intenção de machucar ninguém: "Não fiz nenhum tipo de mira. Pra mim, era só acender e pronto. Não sabia que ia disparar e sair voando. Só queria fazer uma festa para o Corinthians."

 

Ele ainda afirmou que não sabia o que tinha acontecido durante a partida, nem mesmo quando os torcedores bolivianos começaram a chamar os brasileiros de assassinos, e que só foi saber da morte de Kevin quando já tinha deixado o estádio. "No intervalo, perguntei para um policial se alguém tinha se machucado e falaram que não, que estava tudo bem. Acabou o jogo e eu fui embora. Só fui ter certeza de que ele morreu no ônibus", afirmou.

 

Por fim, o menor de idade disse que não se entregou antes porque estava assustado, sem saber o que fazer. Questionado sobre o que gostaria de dizer aos familiares do torcedor boliviano, ele respondeu: "Perdão. Não só para a família do Kevin, mas para quem ficou lá preso também."

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