A Polícia Civil identificou e obteve ontem a confissão de um funileiro de 26 anos suspeito de ter matado com dois tiros Rafael Audickas de Souza, 17. O crime ocorreu após um churrasco em um condomínio no Campo Limpo, zona sul de São Paulo, no último sábado.
Policiais do 37º DP (Campo Limpo) solicitariam na noite de ontem à Justiça o pedido de prisão temporária, por 30 dias, do suspeito.
Segundo o delegado Carlos Alberto Delaye, Rafael foi morto com um disparo na boca e outro nas costas porque beijou, no churrasco, uma menina que teria um namorado.
De acordo com o delegado, o funileiro Deodato dos Santos Júnior matou a vítima na frente do condomínio a mando de um amigo, que viu o estudante beijando a menina.
O mandante, porém, não é o suposto namorado da menina, diz o policial. É um vigilante que seria amigo do rapaz e teria tomado as dores dele.
Ele ligou para o funileiro e disse: "Você tá com uma peça [arma]? Vem aqui matar um 'jack' [nome usado por criminosos para falar de estupradores] [sic]", segundo a polícia.
O vigilante se encontrou com o funileiro na frente do condomínio e mostrou a ele quem era o estudante. O suspeito então o matou, diz a polícia, que pediria ontem também a prisão do mandante.
O funileiro disse à reportagem que matou o estudante porque "era o certo a se fazer" com "um jack". Ele ainda não tem advogado constituído.
'SOLTEIRO'
Irmã da vítima, a publicitária Andrea Souza, 27, afirmou à reportagem que o adolescente foi ao churrasco com um grupo de amigos e, na festa, "ficou" com uma garota. "Rafael 'ficou' com uma menina e deu uns dois ou três beijos nela. Essa menina tinha um namorado que estava do lado de fora e ele não sabia de nada", diz.
Ela afirma que ele só beijou a garota para mostrar para uma ex-namorada dele que não estaria mais solteiro.
Segundo Andrea, o namorado da jovem que Rafael beijou tentou invadir o local, mas foi impedido por seguranças. O adolescente completaria 18 anos no próximo mês e ganharia um carro de presente.