Dispara procura por acupuntura no SUS

Dispara procura por acupuntura no SUS

O número de aplicações cresceu quase sete vezes (567%), nos últimos cinco anos / Shutterstock / Tyler Olson
O número de aplicações cresceu quase sete vezes (567%), nos últimos cinco anos / Shutterstock / Tyler Olson

A técnica de enfermagem Maria do Carmo Medeiros do Amaral, de 55 anos, sofria com tendinite, e chegou a ter metade do rosto paralisado por conta de um espasmo facial.

 

Após tomar medicamentos, e não obter resultados, ela decidiu seguir a recomendação de se tratar com as agulhas da acupuntura. 

 

Depois de 10 sessões, melhorou bastante. “Não preciso mais tomar remédio para a tendinite, nem para o espasmo. O meu rosto já está praticamente recuperado e não sinto mais dores”.

 

Pessoas como ela fizeram o número de sessões da técnica na rede pública paulista explodirem. O número de aplicações cresceu quase sete vezes (567%), nos últimos cinco anos. Foram 264,4 mil aplicações em 2011 (último ano com dados consolidados), ante 39,6 em 2007. 

 

O médico que atende a técnica de enfermagem, o ortopedista André Tsai, de 37 anos, é especialista em acupuntura desde 2004. Ele atua no Hospital Geral de Pirajussara, em Embu das Artes.

 

De acordo com ele, a prática vem sendo cada vez mais indicada pelos médicos, devido aos bons resultados. “O maior motivo da procura é por conta de dor crônica. A pessoa já está cansada de tomar remédios ou fazer tratamentos tradicionais, e descobre que a acupuntura pode aliviar essa dor”, afirma.

 

A técnica milenar, criada na China, é reconhecida desde 1988 pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mas só em 1995 começou a ser considerada especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina.  Além das dores crônicas, ela vem sendo bastante utilizada em pacientes com câncer, para reduzir náusea, vômitos e outros sintomas provocados pela quimioterapia.  “É um método seguro, com poucas contraindicações”, diz Rebeca Cecatto, do Instituto do Câncer.

 

Maria do Carmo está na segunda fase do tratamento, e ainda fará mais 10 sessões. Uma vez por semana, é “agulhada” no rosto pelo Dr. Tsai. Segundo ela, o procedimento não causa nenhuma dor. “Fico completamente relaxada e, às vezes, até durmo”.

 

O Dr. Tsai avisa que é necessário, sempre, um diagnóstico prévio de um médico. “Às vezes, uma dor nas costas pode ser reflexo de algo mais sério, como pancreatite. A acupuntura é uma prática complementar, não podendo substituir o tratamento médico.” 

 

A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, criada em 2006, passou a oferecer à população o acesso à terapias não convencionais. Além da acupuntura, tratamentos com homeopatia, fitoterápicos, plantas medicinais e práticas corporais, como o tai chi chuan, passaram a ser disponibilizados no SUS.

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