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O
que faz um herdeiro de um império das comunicações, que faturou R$ 1,3 bilhão
em 2011 e emprega 5,3 mil pessoas, numa empresa de salgados e doces para
festas? “Empreendendo”, diz Maurício Sirotsky Neto, de 27 anos de idade e um
dos herdeiros do grupo de comunicação RBS. “Sempre fui incentivado a ter meu
próprio negócio e há muito espaço para empresas, em qualquer setor, que tenham
gestão profissional, indicadores, metas e que pensem em ser grande.”
Com
essa ideia, Stirotsky Neto está abrindo em São Paulo a Totósinho, primeira
filial da empresa gaúcha de entrega de salgados, doces e bebidas para festas,
cuja receita somou R$ 6 milhões em 2012. “Totósinho é uma marca nossa, que
virou sinônimo da categoria de cachorros quentes em Porto Alegre”, diz ele.
“Nosso desafio agora é tornar a marca e o conceito do serviço conhecido também
em São Paulo.”
Para
isso, estão sendo feitas ações promocionais, numa região que abrange um raio de
oito quilômetros de onde os salgados são feitos, no Brooklin, zona Sul de São
Paulo. E também no Facebook. A intenção é mostrar o diferencial da empresa: a
entrega da comida em qualquer quantidade, em qualquer ponto da região atendida,
em até uma hora, para que os sanduíches cheguem ainda quentes. “É o que nos
diferencia de um fabricante de commodities”, afirma. “Vendemos sobretudo para a
pessoa física, dentro das pessoas jurídicas: as pessoas trabalhando que vão
fazer uma comemoração, não querem gastar muito e nem têm como encomendar os
alimentos e bebidas com muita antecedência.”
O
modelo de negócio tem grandes chances de dar certo, segundo Ingrid Devisate,
responsável pela área de Food Service da consultoria especializada em varejo
GS&MD. Pesquisa feita no ano passado pela GS&MD com 1060 pessoas, em
quatro capitais, indicou que os pedidos de delivery de sanduíches passaram de
26% para 44%, entre 2010 e 2012. "Começamos a perceber também que há uma
tendência de preocupação com comida saudável, que pode afetar os negócios de
sanduicherias no futuro", diz Devisate. "Por enquanto, no entanto,
essa preocupação ainda não se refletiu no consumo."
Em
Porto Alegre, a Totósinho funciona de segunda a segunda. Em São Paulo, abrirá
de segunda a sábado, num primeiro momento. O kit pronto para dez pessoas sai de
R$ 90 a R$ 165 (R$ 9 ou R$ 16,50 por pagante), por exemplo. "A
participação da classe C no consumo de alimentos fora de casa é a que mais
cresce no País", afirma Devisate. "Ela consome, mas com a mão no
bolso, controlando todos os gastos e o delivery com essa preocupação de preço tem
chances de dar certo."
Para
levar a empresa a São Paulo, Stirotsky investiu quase R$ 1 milhão, que estima
recuperar em oito meses. Com a subsidiária, cuja área de atuação chega a uma
população similar à de Porto Alegre, a expectativa é de crescer 30% em 2013.
Adquirida há cinco anos e meio, a Totósinho dobrou de tamanho no período, com o
aumento na linha de produtos e a entrada no varejo. No Rio Grande do Sul, a
marca é vendida na rede Záffari e Walmart.
Além
de Stirotsky Neto, os dois irmãos e a mãe são sócios da empresa, mas não
participam da gestão. Ele entrou no negócio porque, à época da compra, não
tinha os requisitos impostos aos familiares para trabalhar na RBS. “Eu não
tinha 25 anos, não tinha MBA e nem experiência em outro lugar”, diz ele. “Já
tinha tido outro negócio [foi sócio da Kzuka, empresa de comunicação para
jovens], mas a RBS a comprou e eu saí, antes que meu pai me demitisse.”
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